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A CONCEPÇÃO IMACULADA

• A CONCEPÇÃO IMACULADA

• A intrincada conexão entre a Interpretação da Bíblia e o desenvolvimento da doutrina, que identificamos em textos anteriores relacionados a Virgem Maria, deslocou-se simultaneamente em duas direções não apenas no culto à Maria mas também em outros ramos da teologia. A doutrina da virgem tomaria uma forma particular porque algumas passagens das Escrituras, tanto no velho como no Novo Testamento, exigiam grande atenção por sua semelhança com os ensinamentos relacionados a Maria e por que a devoção e a especulação se constituíram em solo fértil para o crescimento dessa doutrina. De modo contrário, a divulgação dos preceitos Marianos estranhos a essas Fontes tornava necessária a exegese e uma outra passagem, pois essa interpretação se desenvolverá originariamente de modo independente desses preceitos, mas em harmonia com o significado que Maria adquirira na tradição. Na Idade Média, principalmente depois de o Sic et Non (sim e não) de Pedro Abelardo ter chamado a atenção para algumas aparentes contradições da tradição, a harmonização de textos bíblicos com outros textos autorizados tornou-se uma das mais importantes atribuições da teologia escolástica. como for é previsto por Cipriano de Cartago e depois formulado por Ambrósio de Milão e Agostinho de hipona, o padrão ocidental de interpretação das palavras de Davi no Salmo “pois reconheço minhas transgressões e Diante de Mim está sempre o meu Pecado” na tradução do Rei James está dessa forma “certamente em iniquidade fui formado e em Pecado me concebeu a minha mãe” (Salmo 51,5) generaliza essa afirmação ao aplicá-la a toda humanidade. Mas essa interpretação parecia se chocar com a crescente e sublinhe a variação de invulgar santidade da Virgem Maria. Foi pela necessidade imperativa de harmonização que a doutrina da Imaculada Conceição finalmente emergiu no catolicismo romano.

• A ASCENSÃO DA MATER GLORIOSA

• de todos os grandes privilégios e atributos ligados a pessoa de Maria, nenhum parece mais estranho ao relato bíblico do novo testamento que a ascensão, promulgado como Dogma da igreja pelo Papa Pio XII em 1º de novembro de 1950, na bula Munificentissimus Deus, preceito de aceitação obrigatória para todos os crentes. Mas isso depende de como se estabelece a autoridade da Igreja. a posição de Maria como filha de Sião e herdeira do povo de Israel significava que ela, assim como seu Divino filho, deveria ser pesquisada nas páginas do velho testamento em busca de informações adicionais, E que esse procedimento Deveria mesmo se constituir em uma obrigatoriedade. Depois da Ressurreição, Cristo apareceu aos seus discípulos em Emaús “E,Começando por Moisés e percorrendo todos os profetas, interpretou leis em todas as escrituras o que a ele dizia respeito” (Lucas 24,27), processo que foi legitimamente aplicado a Maria. Mas a ausência de informação no Novo Testamento sobre o que aconteceu “quando o curso de sua vida terrena se esgotou” não se constitui em impedimento suficiente. Em consequência disso, as palavras do profeta Isaías que o apóstolo Paulo atribui à morte e ressurreição de Cristo “Ele fez desaparecer a morte para sempre” (Isaías 25,8; 1 Coríntios 15,54) também passaram a ser aplicadas a Maria na bula papal munificentissimus Deus. Parte da metodologia da amplificação como aqui denominados, foi feita com base na premissa de que por causa da sua posição única e Suprema em toda a humanidade, não apenas como a maior de todas as mulheres, a maior entre todos os seres humanos, como também a maior entre todas as criaturas, “Maior que os querubins, mais gloriosa que um Serafim”, Maria passou a ser vista como merecedora de todas as honras e privilégios que, de acordo com as escrituras foram conferidos a outros.

• Além disso, segundo Nossa metodologia de amplificação e como as descrições bizantinas de sua morte deixaram bem claro (Teodoro, Orações capítulo 15), as vidas de dois Santos do velho testamento podiam fornecer dados acerca de que modo alguém seria, e fora, “levado em corpo e alma à glória Celeste” depois de esgotado o tempo para terrena. Havia o breve e enigmático incidente de Enoque no livro do Gênesis — “Henoc andou com Deus, depois desapareceu, pois Deus o arrebatou” (Gênesis 5,24) — e o dramático Episódio de Elias no segundo livro dos Reis — “e aconteceu que, enquanto andavam e conversavam, eis que um carro de fogo e cavalos de fogo os separaram um do outro, e Elias subiu ao céu no turbilhão). “Eliseu olhava e gritava: meu pai! meu pai! carro e cavalaria de Israel! Depois não mais o viu e, tomando suas vestes, rasgou-as em duas. Os estudiosos e o culto judeu deram grande ênfase a essas duas narrativas. Na literatura apócrifa e Apocalíptica, o destino de Enoque se tornou um assunto de pesquisa, e a figura de Elias passou a ser objeto de discussões eruditas, tornando-se lendária. Na Páscoa dos Hebreus ainda é colocado um lugar vazio para Elias; e, de acordo com o Novo Testamento, ele apareceu acompanhado de Moisés na transfiguração de Jesus (Mateus 17, 3).

• Se esses dois homens de Deus já no velho testamento haviam se tornando merecedores do privilégio especial de serem levados ao céu em carruagens e cavalos de Fogo, não se constituiria esse argumento numa prova bíblica de que Maria também fora digna desse Tratamento especial? Esse caminho para o céu já estivera, em pelo menos dois casos, ao alcance de meros mortais, e não se poderia dizer que a própria mãe de Deus fosse menos merecedora que eles. A história de Maria e Marta, irmãs de Lázaro, que, consequentemente, serviria como um exemplo dos Evangelhos para a festa da Ascensão, termina com as palavras: “Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe seria tirada”; naturalmente isso se refere a Maria irmã de Marta e Lázaro, mas, para muitos, pareceu se aplicar ainda melhor a mãe de Jesus (Lucas 10, 38-42). Por uma transposição de referência semelhante, o texto do velho testamento que afirma: “subiste para o alto, capturando cativos, recebendo homens em tributo”(salmo 68,19) que já foram aplicado à ascensão de Cristo, também pareceu adequado a assunção de Maria por causa das dádivas que ela distribuidora à humanidade (conferir Efésios 4,8). Ou, levando-se em consideração a promessa de Cristo — “se alguém quer servir-me, siga-me; e onde estou eu, aí também estará o meu servo.” —, na verdade ninguém, entre os mortais, Você vira de modo tão especial quanto Maria e, portanto, pela promessa que Cristo lhe fizera antes da Ascensão, ela também mereceria ser elevada ao Céu.

• A celebração e a elaboração de louvores em honra da Virgem Maria coincidiram cronologicamente com o apogeu desse método alegórico e conectivo de interpretação bíblica. De modo inverso, a rejeição ao culto Mariano e a repulsa a sua alegoria se uniram primeiro na reforma e, logo após, no Iluminismo e suas consequências. Voltando aos dois desenvolvimentos — na idade média e na reforma e iluminismo — não podemos evitar a ardua questão das Perdas e ganhos. No início do movimento cristão, o método alegórico e conectivo salvará a Bíblia Hebraica dos seus inimigos e detratores, que a interpretaram literalmente e a rejeitaram. Eles também se opuseram frequentemente ao rumo que tomara a Interpretação da personalidade da Virgem Maria. a reivindicação das escrituras judaicas como parte da Bíblia Cristã com coincidiu não só cronológica como logicamente com essa imagem de Maria. No entanto, apesar de diferirem amplamente em sua maneira de abordar a Bíblia, o literatismo fundamentalista e a visão histórica modernista produziram uma perspectiva bidimensional da leitura da Bíblia que também levou ao empobrecimento da atitude relativa a Maria. esses fatores se combinaram para formar uma intrigante questão histórica que poderá começar a ser respondida apenas por meio do estudo da arte, da literatura e da reflexão.

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