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A FÉ SALVÍFICA, PELA GRAÇA DE DEUS, OPERA EM NÓS PELA CARIDADE, PELAS BOAS OBRAS


Em contextos diferentes, a Bíblia ensina:

a) “Que não somos salvo pelas obras” (cf. Efésios 2,8-9; Romanos 4,1-5);

b) “Que somos salvos pelas obras, não somente pela fé” (Tiago 2,24).

O que tais expressões exteriorizam?

Sem sombra de dúvida, os textos bíblicos citados abordam diferentes tipos de obras, como por exemplo:

a) obras da Lei – Antigo Testamento (Romanos 3,28);

b) obras da carne (Gálatas 5,19-21).

Tais obras não salvam ninguém!

Que tipo de obras são exigidas para a salvação?

As obras de uma fé obediente ao Testamento da Nova Aliança (cf. Tiago 2,14-26).

As obras exigidas por Deus são atos de obediência, não ações feitas para o pagamento ou merecimento (salário) de um serviço feito por nós (a salvação não é mérito humano: é uma dádiva de Deus em Cristo Jesus, um dom gratuito de Deus (cf. Romanos 4,1-5). É Deus mesmo quem define as obras que devemos fazer por obediência a Ele para a nossa salvação e não nós mesmos (cf. Efésios 2,10). O Novo Testamento relaciona mais de mil mandamentos ou preceitos a serem cumpridos na vivência da plenitude da graça (Novo Testamento), aquilo que foi recepcionado do Antigo Testamento inclusive!

O Eterno nos dá, como dom, a fé e também enumera ou determina o que devemos fazer no exercício/testemunho da fé. Ou seja, Deus mesmo coloca em nossa vida os meios necessários para que tenhamos condições de cumprir os seus mandamentos. Não somos salvos por esforços próprios (carne e sangue). O Concílio de Orange condenou o Pelagianismo, que ensinava que a pessoa humana poderia ser salva por seus próprios méritos.

“Se alguém afirmar que podemos, por nossas forças naturais, escolher algum bem concernente à salvação para a vida eterna… sem a iluminação e inspiração do Espírito Santo… está enganado por espírito de heresia…”(Concílio de Orange, cânon 7; cf. João 15,5 e 2 Coríntios 3,5).

“Esta graça não é precedida por mérito. A recompensa é dada às boas obras realizadas; mas a graça, a qual não temos nenhuma autoridade, precede a elas [boas obras], para que permita que as façamos“ (Conceito de mérito na Igreja – Concílio de Orange, cânon 18).

“Que o homem não pode fazer nada de bom sem Deus. Deus realiza mais o bem ao homem que o homem realiza o bem para Deus; mas o homem nada faz de bom que Deus não seja o responsável, permitindo-o fazê-las” (Concílio de Orange, cânon 20)..

“… Acreditamos e confessamos para o nosso benefício que em toda boa obra não somos nós que tomamos a iniciativa e que estas são assistidas pela misericórdia de Deus, mas o próprio Deus inspira-nos tanto na fé e no amor a Ele… Devemos, portanto, evidentemente crer que o louvor do ladrão que foi chamado pelo Senhor ao paraíso, e de Cornélio, o centurião, a quem o anjo do Senhor foi enviado, e de Zacarias, que foi digno de receber o próprio Senhor, não foi um dote natural, mas um dom da bondade de Deus”.

“O Apóstolo Paulo diz que o homem é justificado pela fé e sem merecimento (Rm 3, 22. 24). Estas palavras devem ser entendidas tais como sempre concordemente a Igreja Católica as manteve e explicou. “Nós somos justificados pela fé”: assim dizemos, porque “a fé é o princípio da salvação humana”, o fundamento e a raiz de toda justificação, sem a qual é impossível agradar a Deus (Hb 11, 6) e alcançar a companhia de seus filhos. Assim, pois, se diz que somos justificados gratuitamente, porque nada do que precede à justificação, nem a fé nem as obras, merece a graça da justificação. Porque se ela é graça, já não procede das obras; do contrário a graça, como diz o Apóstolo, já não seria graça (Rm 11, 6).

A graça justificante não é uma recompensa em razão da pessoa ter escolhido ter fé em Jesus Cristo. “…A fé salvífica é um dom de Deus e nunca pode ser merecida.”

Tito 3,5: “…E, não por causa de obras de justiça que tivéssemos praticado, mas unicamente em virtude de sua misericórdia, ele nos salvou mediante o batismo da regeneração e renovação, pelo Espírito Santo.”

Efésios 2,8-10: “Com efeito, é pela graça que sois salvos por meio da fé. Isto não depende de vós, é dom de Deus. Não provém das obras, para que ninguém se glorie. Somos obra sua, criados em Jesus Cristo para as boas obras, que Deus de antemão preparou para que nós as praticássemos.”

As “boas obras” exigidas para a nossa salvação é, portanto, aquelas determinadas pele Eterno e que “somente são possíveis pelo poder infinito da graça de Deus agindo em nossas vidas”. A pessoa humana não dá conta de realizar as “boas obras” sem o auxílio da graça de Deus.

A própria fé salvífica é chamada de obra nas Sagradas Letras: “Então eles lhe disseram: ‘que devemos fazer para trabalhar nas obras de Deus?’ Jesus lhes respondeu: ‘a obra de Deus é que creiais naquele que Ele enviou'” (João 6,28-29).

“…Assim, portanto, a nossa própria Justiça não se estabelece como própria, como se de nós decorresse, e também não se ignora ou se repudia a Justiça de Deus (Rm 10, 3). Esta Justiça é denominada a nossa, porque somos justificados por ela, que inere intimamente em nós [cân. 10 e 11]. E esta mesma é a de Deus, em vista dos merecimentos de Cristo infundida em nós” (Concílio de Trento, capítulo 16, sessão 6, Decreto Sobre a Justificação).

A caridade [boas obras] é pois a fé em movimento, a fé operante produzindo frutos em nós pela obediência aos mandamentos instituídos por Deus. A caridade e a própria graça de Deus atuando em nós para o testemunho do Evangelho único de Cristo Jesus: ninguém ama a Deus sem amar o próximo como a si mesmo.

(Fontes: Bíblia Sagrada e Veritatis Splendor).

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