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A Idade Média, A Idade de ouro.

A Idade Média, idade de ouro.

Como em toda época, a história contemporâneo um dia terá um nome, eu tenho a impressão que será chamada de a “Idade da Vergonha”, refiro-me aos séculos XX e XXI, e isto infelizmente não seria desonesto, como o foi com a Idade Média, pois, essa Idade Média recebeu esse nome por desonestidade dos renascentistas e iluministas, como poderão confirmar mais abaixo através das citações de autores de grande reputação universal, e que são citados nas universidades, mas só em partes que não vão afetar a contínua calúnia contra essa época e a Igreja, este será um estudo sobre a Idade Média que farei através do semestre, quem puder acompanhar, será bem esclarecedor, esse material será usado para como material de pesquisa na minha faculdade, vamos mostrar a tamanha desonestidade intelectual, em primeiro podemos questionar, o que Idade Média? No conceito dos renascentistas e iluministas, foi um período meio termo, um período em que não se fez nada de bom, você acredita que em um período de mil anos o homem não foi capaz de fazer nada de bom para ele mesmo e seu semelhante? Eu não acreditei, por fui pesquisar, e a cada dia descubro coisas sensacionais, podemos ver que foi um período em que houve cotas para universidade, e você achando que isso é novidade, mas o detalhe é que essas cotas eram para quem tinha necessidade financeira, e não privilegiados por sua cor ou etnia, podemos citar muitos exemplos, mas citarei um por enquanto: o Papa Urbano IV era filho de um sapateiro.

O (pre)CONCEITO DE IDADE MÉDIA

Se Numa conversa com homens medievais utilizássemos a expressão “idade média”, eles não teriam ideia do que estaríamos falando. Como todos os homens de todos os períodos históricos, eles viam-se na época contemporânea. De fato, falarmos na Idade média ou antiga representa uma rotulação a posteriori, uma satisfação de necessidade de se dar nome aos momentos passados. No caso do que chamamos de Idade Média, foi no século XVI que se elaborou tal conceito. Ou melhor, tal preconceito, pois o termo expressava em desprezo em disfarçado em relação aos séculos localizados entre a antiguidade clássica e o próprio século XVI. Este se via como o renascimento da civilização greco-latina, e portanto tudo que estivera entre aqueles bicos de criatividade artístico-literário (de seu seu ponto de vista, é claro) não passará de um hiato, em um intervalo. Logo, de um tempo intermediário de uma Idade Média.

A idade média para os renascentistas e iluministas

Admirador dos clássicos, o italiano Francesco Petrarca (1304-1374) já se referindo ao período anterior como de tenebrae, nascia o mito historiográfico da idade das trevas. Em 1469, o bispo Giovanni Andrea, bibliotecário papal, falava em média tempestas, literalmente “tempo médio”, mas também com o sentido figurado de “flagelo”, “ruína”. A ideia é enraizou-se quando em meados do século XVI Giorgio Vasari, numa obra biográfica de grandes artistas do seu tempo, popularizou o termo ” renascimento “. Assim, por contraste, difundiram-se em relação ao período anterior as expressões media aetas, media antiquitas e media tempora.

De qualquer forma, o critério era inicialmente filológico. O ponha-se o século XVI, que buscava na sua produção literária utilizar o latino os moldes clássicos, aos séculos anteriores caracterizados por um latim bárbaro. A arte medieval, por fugir dos padrões clássicos, também é vista como grosseira, daí o grande pintor Rafael Sanzio (1433-1520) chamava de gótica, termo então sinônimo de “Bárbara” ponto na mesma linha, François Rabelais (1483-1553) falava da Idade Média como a “espessa noite gótica”.

No século XVII, foi ainda com aquele sentido filológico que passou a prevalecer a expressão medium aevum, usada pelo francês Charles de Fresne Du Cange em 1678. Mas o sucesso do termo veio com o manual escolar do alemão Christoph keller (1638-1707, conhecido também pela latinização de seu nome, Cellarius), publicado em 1688 e intitulado historia Medii Aevi a temporibus Constantini magni ad constantinopolim a Turis captam deducta. Esse livro completava outros dois do autor, um dedicado aos templos “antigos” e outro aos “modernos”.

Portanto, o sentido básico mantinha-se renascentista: “Idade Média” teria sido uma interrupção no progresso humano, inaugurado pelos gregos e romanos e retomado pelos homens no século XVI. Ou seja, também para o século XVII os tempos” medievais “teriam sido de barbárie, ignorância e superstição. Os protestantes criticavam-nos como época de supremacia da Igreja católica. Os homens ligados às poderosas monarquias absolutistas lamentavam aquele período de Reis fracos, de fragmentação política. Os burgueses capitalistas desprezavam tais séculos de limitada atividade comercial. Os intelectuais racionalistas deploravam aquela cultura muito ligada a valores ESPIRITUAIS.

O século XVIII, antiaristocrático e anticlerical, acentuou o menosprezo à Idade Média, vista como um momento Áureo da nobreza e do clero. A filosofia da época, chamada de iluminista por se guiar pela luz da razão, censurava, sobretudo, a forte religiosidade medieval, o pouco apego da Idade Média a um estrito racionalismo e o peso político de que a Igreja então desfrutara. Sintetizando tais críticas, Denis Diderot (1713-1784) afirmava que “sem religião seríamos um pouco mais felizes”. Para o marquês de Condorcet (1743-1794), a humanidade sempre marchou em direção ao progresso, com exceção do período no qual predominou o cristianismo, isto é, a idade média. Para Voltaire (1694-1778), os papas eram símbolo do fanatismo e do atraso daquela fase histórica, por isso afirmava, irônico, que “é uma prova da divindade de seus caracteres terem subsistido a tantos crimes”. A posição daquele pensador sobre a Idade Média poderia ser sintetizada pelo tratamento que dispensava à Igreja: “a Infame”. (Franco Júnior, Hilário 1948 – A Idade Média, nascimento do ocidente — São Paulo: Brasiliense, 2006).

★★★ A história se faz com documentos e ideias, fontes e imaginação. Porém, o historiador da antiguidade (eu me enganava, com certeza — pelo menos por exagero) me parecia condenado a uma alternativa desencorajadora: ou se prender ao mago espólio dos legados de um passado mal preparado para poder se perpetuar e, portanto, abandonar-se as reduções castradoras da pura erudição, ou se entregar aos encantos da reconstituição temerária. A história das épocas recentes (aqui ainda meus pontos de vista eram excessivos, quando não falsos) me inquietava por razões diversas. Ou o historiador era sobrecarregado pelo fardo de uma documentação que o submetia uma história estatística e quantitativa, também ela redutora (pois, se é necessário contar com o que existe na documentação histórica, é preciso também fazer a história com tudo aquilo que escapa ao número e que é frequentemente o essencial), ou ele renunciava às visões de conjunto. Aqui uma história parcial, lá uma história lacunar. Entre as duas, havia esta Idade Média na qual os humanistas tinham visto, mais do que uma transição e uma passagem, um intermédio medíocre, um intervalo da grande história, uma cunha da vaga do tempo, esta Idade Média me pareceu como o domínio eletivo de uma aliança necessária da erudição (a história científica não tinha nascido, entre meados do século XVII e meados do século XIX, do estudo das cartas e das escrituras medievais?)

Logo uma motivação mas profunda me prendeu à Idade Média, contudo, sem me dissuadir de olhar para todos os lados. Pertenço a uma geração de historiadores marcados pela problemática da longa duração. Esta sai da tripla influência de um marxismo ao mesmo tempo retomado e modernizado, de Fernand Braudel e da etnologia. De todas as ciências ditas equivocadamente humanas (e por que não simplesmente sociais?), a etnologia é aquela com a qual a história estabeleceu (apesar dos mal-entendidos e de algumas refutações num caso e no outro) o diálogo mais livre e mais fecundo. Para minha geração, Marcel Mauss é tardiamente o fermento que Durkheim, há 50 anos, pôde ser — tardiamente também — para os melhores historiadores de entre as duas guerras. Eu tentei dizer, num texto que é somente uma primeira escala no caminho de uma reflexão e de uma prática, que desejaria aprofundar e definir as relações que história e etnologia mantiveram no passado e renovam atualmente. Se eu seguir os eruditos e os pesquisadores que ao termo etnologia, muito ligado ao domínio e à época do colonialismo europeu, preferem o termo antropologia, suscetível de ser aplicar aos homens de todas as culturas esse, por consequente falaria com mais boa vontade de antropologia histórica do que de etno-história, observo, todavia, que se os historiadores — alguns historiadores — ficaram seduzidos pela etnologia, porque ela colocava antes a noção de diferença, ao mesmo tempo os etnólogos, por sua vez, se orientavam na via de uma concepção unificada das sociedades humanas, ou seja, na via de um conceito de homem que a história, hoje como ontem, ignora. Esta contradança é interessante e ao mesmo tempo inquietante. Se o historiador, tentado pela antropologia histórica, quer dizer, por uma história distinta daquela das camadas dirigentes brancas, mais lenta e profunda do que a história dos acontecimentos, fosse levado pela antropologia a uma história universal e imóvel, eu aconselharia a abandonar o seu empreendimento. Mas, por agora, a fecundidade de uma história situada na longa duração me parece longe de estar esgotada. Por outro lado, o folclore, ainda que muito distante da história, oferece ao historiador das sociedades europeias que quer recorrer à antropologia um tesouro de documentos, métodos e trabalhos, que ele faria bem em interrogar antes de se voltar para a etnologia extraeuropeia. Folclore muito desprezado, etnologia do pobre, que é, porém, uma fonte essencial para a antropologia histórica das nossas sociedades ditas “históricas”. Ora, a longa duração pertinente da nossa história — para nós enquanto homens de profissão e homens vivendo no fluxo da história — me parece ser esta longa Idade Média que durou desde o século II ou III da nossa era para morrer lentamente sobre os golpes da revolução industrial — as revoluções industriais — entre o século XIX e nossos dias. Esta longa Idade Média é a história da sociedade pré-industrial. Acima, há uma outra história, abaixo, há uma história contemporânea — a fazer, ou melhor, a inventar, quanto aos métodos. Esta longa Idade Média é, para mim, o contrário do hiato que os humanistas do renascimento viram e, salvo raras exceções, também os homens do iluminismo. Este é o momento da criação da sociedade moderna, de uma civilização moribunda ou morta sob suas formas camponesas tradicionais, mas viva pelo que ela criou de essencial nas nossas estruturas sociais e mentais. Ela criou a cidade, a nação, o estado, a universidade, o moinho e a máquina, a hora e o relógio, o livro, o garfo, o vestuário, a pessoa, a consciência e finalmente a revolução. Entre o neolítico e as revoluções industriais e políticas dos dois últimos séculos, ela é — pelo menos para as sociedades ocidentais — não uma cunha ou uma ponte, mas um grande impulso criador — cortado por crises, graduado por deslocamentos de acordo com as regiões, as categorias sociais, os setores de atividades diversificada nos seus processos. (Le Goff, Jacques: para uma outra Idade Média; tempo, trabalho e cultura no ocidente, Petrópolis, Rio de janeiro: vozes, 2004.)

★★★

A Organização social

Julgou-se durante muito tempo que bastava, para explicar a sociedade medieval, recorrer à clássica divisão em três ordens: clero, nobreza e o terceiro estado é a noção que dão ainda os manuais de história: três categorias de indivíduos, bem definidas, tendo cada uma as suas atribuições próprias e nitidamente separadas uma das outras. Nada está mais afastado da realidade histórica. a divisão em três classes pode aplicar-se no antigo regime, aos séculos XVII e XVIII, onde, efetivamente, as diferentes camadas da sociedade formaram ordens distintas, cuja as prerrogativas e relações dão conta do mecanismo da vida. No que concerne à Idade Média, semelhante divisão superficial dos pontos explica o agrupamento, a repartição e distribuição das forças, mas nada revela sobre a sua origem, sobre a sua jurisdição, sobre a estrutura profunda da sociedade com tal como aparece nos textos jurídicos, literários e outros, esta é bem uma hierarquia, confortando uma ordem determinada Mas esta ordem é outra senão a que seja o gol, e a partida muito mais diversa. Nos atos notariais, vê-se corretamente o senhor de um condado, ou cura de uma paróquia aparecerem como testemunhas em transações entre Vilas, e corte de um Barão — quer dizer, o seu meio, os seus familiares — comporta tantos erros e fraudes como altas personagens. As atribuições destas classes estão também estreitamente misturadas: a maior parte dos bispos são igualmente senhores; ora muitos deles saem do povo humilde e pobre; um burguês que compra uma terra Nobre torna-se, em certas regiões, ele próprio nobre. Logo que abandonamos os manuais para mergulhar nos textos, esta noção das “três classes da sociedade aparece-nos como fictícia e sumária”.

Mais próxima da verdade, a divisão em privilegiados e não privilegiados permanece, ela também, incompleta, porque houve, na Idade Média, privilegiados da alta à mais baixa escala social. O mais simples aprendiz é, a determinados níveis, um privilegiado, pois participa dos privilégios do corpo de ofício; as isenções da universidade aproveitam tanto aos estudantes e mesmo aos seus criados como aos mestres e aos doutores. Alguns grupos de servos rurais gozam de privilégios precisos que o seu senhor é obrigado a respeitar. Não considerar, como privilégio, senão os da nobreza e do clero, é conceder uma noção completamente errônea da ordem social. (Pernoud, Régine, Luz sobre a Idade Média, Portugal, publicações Europa-América, 1997).

Nas publicações futuras vamos comparar, o trabalho, o direito, a condição da mulher e do servo com os tempos pagãos, e os nossos dias atuais, ao final desse estudo poderemos verificar que a Igreja realmente construiu a civilização ocidental, que o homem medieval era um homem que vivia com dignidade e liberdade de expressão, não nego a herança da cultura helenística com sua filosofia, o direito romano, mas a Igreja criou uma nova sociedade utilizando o que as culturas tinham de bom e não simplesmente usou uma base pagã, mas criou um novo mundo, mais justo para todos os homens. Lembrando que este texto é uma pequena introdução.

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