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A INTERVENÇÃO DE THEODORICO E O JULGAMENTO DO PAPA SYMACO.

A INTERVENÇÃO DE THEODORICO E O JULGAMENTO DO PAPA SYMACO.

Ele teve por sucessor Santo Athanasio II, que ocupou pouco tempo a santa sé, e a quem uma manobra deu dois sucessores simultaneamente, Symaco e Lourenço. Era o princípio de um cisma. O mais legítimo e o único canônico teria sido um concílio, mas ele poderia reunir-se passado alguns meses. Para tirar a dificuldade, recorreu-se a Theodorico, remetendo-se ao seu arbítrio. Foi, diz Barônio, um espetáculo aflitivo, mas o único meio do evitar uma guerra civil no seio do Roma. Os dois competidores, Symaco e Lourenço, compareceram em Roma perante Theodorico, que decidiu sabiamente, que só devia ter como legítimo a Symmaco, que fora eleito primeiro, o que tivera mais sufrágios. Em consequência desta sentença, Symmaco foi confirmado e reconhecido pelos bispos como legítimo Papa. Como depois este Papa foi acusado de vários crimes, Theodorico convocou para o julgar um concílio em Roma, no ano 601, mas os bispos o representaram-lhe, que «competia ao Papa convocá-lo por direito divino e por autoridade dos concílios, o que não havia exemplo de que nenhum Papa tivesse sido sujeito ao juízo do seus inferiores.» Então Theodorico mostrou-lhes por algumas cartas de Symmaco, que este pontifíce consentia em que se convocasse o concílio, que efetivamente se reunia em Roma no ano 501, e o Papa, na presença dos padres, autorizou-os a julgar o pleito : são os próprios termos das atas do concílio. Symmaco foi reconhecido inocente o absolvido das culpas, que lhe imputavam. *

A glória de Theodorico não durou até ao fim da sua Vida. A idade o as enfermidades o tornaram invejoso, avarento, desconfiado. Os aduladores aproveitaram-se de suas fraquezas para o indispor contra os homens mais respeitáveis do seu reino. O senador Symmaco o o seu genro Boécio pereceram em horríveis suplícios. –Theodorico não sobreviveu muito tempo ás suas crueldades. Um dia puseram-lhe a mesa uma cabeça de peixe; ele imaginou que era a cabeça de Symmaco, que o ameaçava; levantou-se assustado, deitou-se na cama, o expirou cheio de remorsos no ano 526. A sua morte foi seguida do algumas revoluções políticas, e em 540 as proezas de Belizário fizeram do novo passar Roma e uma parte do Itália para a dominação dos imperadores do Oriente. *

Em 546, Totila, rei dos ostrogodos, tirou Roma de Belizário, que a retomou no ano seguinte. Em 549, Totila reconquistou-a outra vez. Em 552, Narsés, outro general romano, arrancou-a de novo aos bárbaros, a quem expulsou da península. A Itália veio a ser outra vez uma província romana, tendo Ravenna por capital e residência do exarca. Assim abandonada a viúva para sempre dos seus reis e dos césares, Roma não tardou, como vamos ver nos próximos textos, a ser exposta a novos bárbaros, perante quem os imperadores do Oriente a desampararam completamente. Por estas desgraças e vicissitudes contínuas, é fácil de ver que a divina providência trabalhava para tornar a Igreja independente do todas as potências do século o a preparava pouco a pouco para os destinos santos, pacíficos e imortais, que lhe reserva.

TRATADO DE HISTÓRIA ECLESIÁSTICA,PADRE RIVAUX, 1876,TOMI II, LIVRARIA INTERNACIONAL

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