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A Vitória da Razão – Rodney Stark

Nesse livro excepcional, Rodney Stark, um renomado sociólogo e professor de religião comparativa, aborda como o Cristianismo, destacando-se de outras religiões monoteístas e dos fundamentos filosóficos da cultura grega, gerou a liberdade, os direitos do homem, a procura sistemática da razão, a paixão pelo progresso e a confiança no futuro. Rebatendo teses marxistas e weberianas, o autor remete para a Idade Média a gênese do Capitalismo, primeiro desenvolvido na organização e função econômica dos conventos, depois nos bancos e mercadores das repúblicas italianas, que a levarão para as cidades da Flandres e de Inglaterra e depois para o Novo Mundo, sistema que levará ao milagre econômico e ao predomínio do Ocidente.

Rodney Stark começa com uma constatação impressionante: no início do século XVI, os europeus quando comparados aos povos muçulmanos, chineses e indianos eram os únicos a possuírem universidades, óculos, bússolas confiáveis e relógios mecânicos. Como isso foi possível? A resposta está na confiança do cristianismo na razão e na crença de que fazer ciência era possível. Tudo isso baseado no livro do gênesis, que afirma que a criação é boa, no livro da Sabedoria, que diz que Deus criou tudo com medida número e peso, em Santo Agostinho e, principalmente, na filosofia escolástica. Stark demonstra uma coisa que sempre instigou os estudiosos: como a revolução científica do século XVII aconteceu? Foi uma combinação de dois fatores importantes: a fundação das universidades, instituição desconhecida dos povos não cristãos até o século XIX, e a crença cristã de que a ciência e o progresso eram possíveis. A verdadeira ciência nasceu na Europa medieval.

Stark aborda a criação do sistema capitalista e a liberdade de mercado, a criação dos bancos na Itália depois se espalhando pelo norte da Europa. O capitalismo é uma invenção medieval por sua crença no comércio, no trabalho especializado, fé no progresso, crédito, um sistema bancário e ausência de escravidão. O principal motivo no entanto, foi a valorização do trabalho pela cultura monástica do ocidente.  Stark aponta também a justificação teológica da igualdade entre os homens, os direitos de propriedade e a limitação que havia na idade média dos poderes dos reis e dos estados como outros fatores para o surgimento do capitalismo.

Um livro essencial para quem deseja derrubar mitos comumente tomados por verdadeiros. Apesar de ser um tema amplo, o livro é de linguagem fácil e concisa, cheio de referências e excelente material histórico. Vale a pena!!!

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