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Artigo 2º – Os ministros [protestantes] não receberam missão dos Bispos católicos

Muitos dos [ministros protestantes] que são mencionados nestes tempos, percebendo que se lhes cortam o argumento por esse lado, partem para um outro caminho: dizem que os primeiros mestres reformadores – Lutero, Bucero, Ecolompádio – foram enviados pelos Bispos que lhes ordenaram sacerdotes e que eles (=os reformadores), depois, enviaram os demais; tentam assim ligar sua missão com a dos Apóstolos.

Na verdade, falando franca e claramente, confessam que a missão só pode ser transmitida a partir dos Apóstolos aos seus ministros pela sucessão dos Bispos e pela imposição das mãos destes. O fato é tão evidente que não admite dúvida: não é possível dar um salto nesta grande missão dos Apóstolos para deixá-la cair nas mãos dos pregadores dos tempos atuais sem que se faça tocar em algum dos antigos e nossos antepassados [católicos]. Seria necessário que os primeiros fundadores da Igreja (=os Apóstolos) tivessem em seus lábios uma trombeta muito longa para chamar Lutero e seus consortes, sem que os [ministros católicos] que se encontravam entre uns e outros se inteirassem de tal chamamento; ou melhor, como disse Calvino em certa ocasião (cf. Institutas 3,20,24) e intempestivamente: que estes últimos tivessem orelhas extremamente grandes.

Era necessário, portanto, que referida missão fosse integralmente conservada se esses tais tivessem que encontrá-la. Nós [católicos] confessamos que a missão estava vinculada aos nossos Bispos e, principalmente, nas mãos de seu líder: o Bispo Romano. Por outro lado, negamos formalmente que os vossos ministros tenham tido qualquer espécie de comunicação para pregar o que vêm pregando, pelas seguintes razões:

1ª) Eles pregam coisas contrárias à Igreja na qual foram ordenados sacerdotes. Logo, ou erram eles ou erra a Igreja que os enviou e, portanto, ou a sua Igreja é falsa, ou o é aquela de quem receberam a missão. Se a Igreja de quem receberam sua missão é falsa, então esta missão também é falsa, pois de uma Igreja falsa não pode vir uma missão verdadeira; e se a sua Igreja é a falsa, menos ainda podem ter missão, porque em uma Igreja falsa não pode haver verdadeira missão. Como quer que seja, não tiveram, com efeito, missão para pregar o que pregam, pois se a Igreja em que foram ordenados é a verdadeira, eles são hereges por terem se separado dela e por terem pregado contra as crenças desta; e se não era a verdadeira [Igreja], não podia conferir-lhes missão.

2ª) Além disso, ainda que eles possuíssem missão da Igreja Romana, não tinham [autoridade] para se separarem dela e retirar da sua obediência os filhos desta, pois é evidente que o comissionado não deve ultrapassar os limites da sua comissão; e quando o faz, é nulo.

3ª) Lutero, Ecolompádio ou Calvino não eram Bispos; logo, como poderiam comunicar qualquer missão aos seus sucessores da parte da Igreja Romana, a qual protesta em todos os sentidos, afirmando que ninguém mais pode enviar além dos Bispos, e que isto não cabe, de maneira nenhuma, a simples Presbíteros? Sobre isto, o próprio São Jerônimo apontou a diferença entre o mero Presbítero e o Bispo, na Epístola a Evágrio (cf. Epist. 73); e Santo Agostinho (cf. De Haeres. 53) e Epifânio (Haeres. 75) enumeram Haeres entre os hereges, porque sustentava o contrário.

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