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Crime e castigo – Fiódor Dostoiévski

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Um dos grandes clássicos da literatura russa, Crime e Castigo, de Dostoiévski, aborda um tema muito comum ao cristianismo: a redenção.

O personagem principal, Rodion Raskólnikov, acaba cometendo um crime cruel contra uma pessoa que ele considera ser inútil e ruim, um verdadeiro peso na sociedade.  Ele se apoiava numa teoria para justificar o seu ato, dizendo que se homens como Napoleão mataram por uma causa maior e foram absolvidos pela história, por que ele também não seria?

Apesar de não demonstrar um arrependimento inicial, o personagem vai enlouquecendo e adoecendo aos poucos, sabendo que o que tinha feito merecia punição por ser errado, seu inconsciente era seu grande acusador. Apesar da polícia não o ter como suspeito, ele vai aos poucos dando pistas do crime de modo inconsciente. A culpa o consome silenciosamente.

Vemos que por mais que ele tentasse se justificar do crime racionalmente, algo transcendente a ele parecia o acusar e o impelir ao verdadeiro arrependimento, sua consciência não o deixava em paz. Ele mesmo se defendia e se acusava.

Mas o personagem encontra uma pessoa que o faz sentir o amor pela primeira vez na vida. Sônia, uma prostituta miserável, começa a mudar a maneira como Raskolnikov enxerga o mundo quando o faz ler a passagem bíblica sobre a ressurreição de Lázaro. Após isso, ele vai à polícia e se entrega. Mesmo após ser preso e condenado a trabalhos forçados, Raskolnikov só encontra paz na sua própria confissão perante Deus, e parece renascer em meio as trevas.

O personagem é o exemplo da natureza pecaminosa que temos, que apesar de tentar justificar seu pecado, a transcendência divina não o deixava escapar. Sabemos que pecamos e precisamos de perdão.

A redenção da alma humana, a verdadeira paz de espírito só são encontradas fora do próprio ser humano, transcendentes a ele. Assim como o homem não pode erguer a si mesmo puxando as próprias orelhas, a ajuda flui externamente, de fora para dentro.

Somente em Deus encontramos refúgio, somente um ser perfeito pode nos curar da imperfeição, somente na sua santidade e amor encontramos tudo aquilo que a alma anseia. Somente nele somos completos, pois Ele é tudo aquilo que nós não somos, Ele possui tudo aquilo que nós não possuímos, mas almejamos. Mas de tão distante Ele se fez presente, não satisfeito em ser o único auxílio do homem, Ele se fez homem, vencendo a morte e redimindo a humanidade com seu próprio sangue.

Assim como Jesus ressuscitou a Lázaro, Ele é o único capaz de dar vida nova a uma alma morta em seus próprios pecados.

Ramon Serrano

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