top of page
Foto do escritorwww.intervencaodivina.com

ESCATOLOGIA (Purgatório )

O problema da fundamentação bíblica para o purgatório Não há nenhum texto que use essa palavra Não é tratado de forma explícita em nenhum texto. Contudo, é uma consequência indireta de textos bíblicos.

Premissa: ninguém alcança a glória celestial com mácula E haverá uma vereda pura, que se chamará o caminho santo; nenhum ser impuro passará por ele, e os insensatos não rondarão por ali. (Is 35,8) Nela não entrará nada de profano nem ninguém que pratique abominações e mentiras, mas unicamente aqueles cujos nomes estão inscritos no livro da vida do Cordeiro. (Ap 21,17)

Antigo testamento

Conclusão: Em seguida, fez uma coleta, enviando a Jerusalém cerca de dez mil dracmas, para que se oferecesse um sacrifício pelos pecados: belo e santo modo de agir, decorrente de sua crença na ressurreição, porque, se ele não julgasse que os mortos ressuscitariam, teria sido vão e supérfluo rezar por eles. Mas, se ele acreditava que uma bela recompensa aguarda os que morrem piedosamente, era esse um bom e religioso pensamento; eis por que ele pediu um sacrifício expiatório para que os mortos fossem livres de suas faltas. (2 Mc 12,43ss) As palavras do Senhor Aquele que falar contra o Espírito Santo não será perdoado nem neste século nem no futuro (Mt 12,32).

Nas palavras de São Paulo Quanto ao fundamento, ninguém pode pôr outro diverso daquele que já foi posto: Jesus Cristo. Agora, se alguém edifica sobre este fundamento, com ouro, ou com prata, ou com pedras preciosas, com madeira, ou com feno, ou com palha, a obra de cada um aparecerá. O dia (do julgamento) demonstrá-lo-á. Será descoberto pelo fogo; o fogo provará o que vale o trabalho de cada um. Se a construção resistir, o construtor receberá a recompensa. Se pegar fogo, arcará com os danos. Ele será salvo, porém passando de alguma maneira através do fogo. (I Cor 3,11-15)

Séc. I e II Não se tem especulação, mas se celebra culto em sufrágio da alma.

Séc. III Tertuliano escreve no livro, sobre a monogamia A viúva reza pela alma (do marido difunto) , naquele instante ela invoca para a sua alma o refrigério e a participação à primeira ressurreição e oferece um sacrifício no aniversário de sua morte. (De monog. 10) Comentando Mt 5, 26 alerta que no mundo subterrâneo todos deverão pagar suas dívidas.

Sec III Orígenes O problema da tese da apokatástasis No final dos tempos Deus será tudo em todos O fim do mundo será semelhante ao começo Toda a história do mundo faz parte do plano de Deus para conduzir todas as coisas a Ele. Deve ter uma purificação pós-morte para levar os que morreram a sua finalidade Conclusão: os demônios serão salvos no final Século IV Santo Agostinho Vai admitir a possibilidade de uma fogo purificador pós-morte, no Enchiridion, 69.

O problema do fogo do purgatório Ocidentais: seguiam a tradição de Santo Agostinho de falar em fogo expiador

Orientais: criticam a expressão purgatório bem como a noção de fogo por assemelhar-se com a ideia de apokatastasis Nunca fizeram uma negação total ao purgatório Admitem penas purgatoriais, mas negam que as almas se purifiquem pelas penas.

MAGISTÉRIO Concílio de Florença (1304) Se tendo feito penitência verdadeiramente, morreram na caridade de Deus antes de ter satisfeito com frutos dignos de penitência pelos pecados de comissão e omissão, sus almas, depois da morte são purificadas com penas purgatoriais, e para ser livrar dessas penas, aproveita-lhes os sufrágios dos fieis vivos, a saber, o sacrifício da missa, orações e esmola e outros ofícios de piedade que podem se fazer, segundo a instituições da Igreja, pelos fieis em favor de outros fieis. (D 693)

Carta super quibusdam Perguntamos credes e cres que existe o purgatório, ao que descem as almas que morrem em graça, mas que não foram satisfeitos seus pecados pela penitência completa. Assim mesmo, se crês são atormentados com fogo temporalmente e, que apenas estão purgadas, ainda que antes do dia do juízo, chegam a verdadeira e eterna beatitude que consiste na visão de Deus face a face e no seu amor (D 570t)

DISCUSSÃO MODERNA

Qual é o meio de reparação no purgatório? Tese da purificação do amor Há adiamento da visão divina Aumento do desejo de Deus Sofrimento é o afastamento de Deus.

O fogo do purgatório Pena de condenação: privação da visão de Deus Pena de sentido: (dor sensível) O fogo propriamente dito, não como o terrestre. Dor psicológica devido à inconformidade com as coisas criadas (Winkhofer) No purgatório não é necessário haver distinção real entre a pena de condenação e a pena de sentido.

Inferno Escatologia intermediária e Final

Evolução do conceito de Xeol Gradação no Xeol Tu dizias: Escalarei os céus e erigirei meu trono acima das estrelas. Assentar-me-ei no monte da assembléia, no extremo norte. Subirei sobre as nuvens mais altas e me tornarei igual ao Altíssimo. E, entretanto, eis que foste precipitado à morada dos mortos, ao mais profundo abismo. (Is 14, 13-15)

ANTIGO TESTAMENTO

O Xeol restrito aos ímpios Depois disso serão cadáveres sem honra, desterrados entre os mortos, numa eterna ignomínia, porque ele os ferirá, e os precipitará sem voz, abatê-los-á nas suas bases e os mergulhará na última desolação. Eles serão entregues à dor, e a memória deles perecerá. Comparecerão aterrorizados com a lembrança de seus pecados, e suas iniqüidades se levantarão contra eles para os confundir. (Sb 19-20)

A ressurreição da carne (Dn 12)

NOVO TESTAMENTO

Inferno como exclusão da vida eterna Quem crê no Filho, possui a vida eterna; mas o que nega sua fé ao Filho, não gozará a vida e a ira de Deus pesa sobre Ele (Jo 3,36)

Perde-se a vida eterna pelo pecado Acaso não sabeis que os injustos não herdarão o Reino de Deus? Não vos iludais! Nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os depravados, nem as pessoas de costumes infames, nem ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os injuriosos herdarão o Reino de Deus (I Cor 6, 9-11)

Inferno como dor sensível Se teu olho de escandalizar, arranca-o: melhor é entrares com um só olho no Reino de Deus do que, tendo dois olhos, seres atirado na geena, onde o verme não morre e onde o fogo não se extingue (Mc 9, 47-48)

PATRÍSTICA

Séc. I Conserva o ensinamento Bíblico Mas os justos, que fizeram o bem e aguentaram os tormentos e odiaram os prazeres da alma, quando verem como são os castigos com tormentos terríveis e fogo inextinguível, os que erraram e negaram a Jesus com palavras e obras darão glória a seu Deus (II Carta aos Corínthios, Clemente Romano) Séc. II Ilustra a distinção entre fogo temporal e fogo eterno Então, embora te encontres na terra, verás que Deus governa nos céus, então começarás a proferir os mistérios de Deus, então amarás e admirarás os que são torturados por não quererem renegar a Deus, então condenarás a ilusão e o desvio do mundo, quando conheceres a verdadeira vida no céu, quando desprezares o que aqui é considerado morte, quando temeres a verdadeira morte, reservada para os condenados ao fogo eterno, que há de atormentar sem fim os nele lançados. Então admirarás os que suportam pela justiça o fogo temporário… Chamá-lo-ás bem-aventurados quando conheceres o que é aquele fogo (Carta a Diogneto, 10,7s)

Séc. III Disputas sobre as teses Origenistas de Apokatástasis São Cipriano se põe contra a tese de conversão no Inferno A geena sempre ardente queimará os que são entregues a ela, uma pena voraz com chamas vivazes; não haverá possibilidade de que os tormentos tenham algum descanso ou fim. As almas com seus corpos serão conservados para infinitos tormentos de dor (…) Haverá então dor da pena sem fruto de penitência, choro vazio e petição ineficaz. Crerão tarde na pena eterna os que não quiseram crer na vida eterna (Ad Demetrium 24)

ERROS SOBRE O INFERNO

Tese condicionalista A imortalidade depende do estado de justiça da alma no momento da morte. Os justos vivem e os injustos são aniquilados. Em suma, o inferno não existe! “ o inferno é aqui, onde as pessoas sofrem”; “aqui se faz aqui se paga”

Tese universalista Todos serão salvos! O inferno é temporário ou simplesmente não existe Os Albigenses diziam não haver inferno, a purificação será feita através de reencarnações sucessivas até que todos estejam salvos. ERROS

Tese Atermista Nega a eternidade do inferno O inferno é purificador e, portanto, temporal Considera a apokatastasis como um novo começo Há um ciclo que se repete eternamente Separação Purificação Apokatástasis

MAGISTÉRIO É definido a existência e a eternidade do inferno Todos os quais ressuscitarão com seus próprio corpos, que agora tem, para que recebem segundo suas obras, tenham sido boas ou más, uns com o diabo para a pena perpétua, outros com Cristo para glória sempiterna (D 429)

Há uma pena de sentido (dor associada ao fogo) Os que fizeram o bem irão para a vida eterna e os que fizeram o mal para o fogo eterno (D 40)

Há pena de condenação (ausência da visão de Deus) as almas de todos os santos que saíram deste mundo (…) estarão e estão no céu (DH 1000) (…) as almas dos que saem desse mundo com pecado mortal atual, imediatamente depois de sua morte descem ao inferno (DH 1002)

DISCUSSÕES TEOLÓGICAS

Inferno existencial Teses que afirmam a existência do inferno vazio Parece não estar em conformidade com a interpretação oficial do documento Lumen Gentium. Não é herética, mas não poderia se considerar ensinamento fora de perigo

O fogo do inferno Defende-se que é dogmático a necessidade de haver duas penas distintas para o inferno; pena de condenação e pena de sentido. A primeira é o afastamento de Deus, a segunda é a dor sensível (fogo). O fogo do inferno seria a dor que toda criação gera no homem pela posição que ele se encontra de inimigo de Deus.

1 visualização0 comentário

Posts Relacionados

Ver tudo

Comments


bottom of page
ConveyThis