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LETRA “A”

A

ABADE

é o Padre Superior dum Mosteiro. Em Dioceses de Portugal também se dá o nome de Abade aos Párocos das freguesias, e o povo também chama Abade a qualquer Sacerdote.

ABADESSA

é a Superiora duma Comunidade nos Mosteiros de Religiosas.

ABADIA

é a igreja, ou também o território, dum Mosteiro, cujo superior tem o título de Abade.

ABANDONO À DIVINA PROVIDÊNCIA

é a nossa inteira conformidade com as disposições da vontade de Deus. É muito racional este abandono, por mais misteriosa que seja a vontade divina, porque Deus ama-nos e quer o nosso bem, conhece as nossas necessidades e pode sempre auxiliar-nos. A um tal abandono nos convida Jesus, dizendo: «Não andeis cuidadosos da vossa vida, de que vos sustentareis, nem do vosso corpo de que vos vestireis. Olhai para as aves do céu, que não semeiam nem ceifam, nem recolhem em celeiros, e contudo vosso Pai celestial as sustenta. Porventura não sois vós mais do que elas? Procurai primeiro que tudo o reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo». Ev. S. Mat. VI, 25 e segs. Jesus não reprova as nossas preocupações legítimas relativas às necessidades da vida; o que condena é a ansiedade exagerada, que provém do apego às coisas do mundo e da falta de confiança em Deus.

ABORTO

Aquele que procura produzi-lo, sem excetuar a mãe, incorre em pena de excomunhão reservada ao Bispo, quando o efeito se realiza. C. 2350. É gravíssimo o crime daquele que provoca um aborto ou o consente, pois o mesmo é que matar um inocente que não se pode defender.

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ABSOLVIÇÃO

é uma sentença que o Sacerdote confessor pronuncia em nome de Jesus Cristo, no tribunal da Penitência, em favor do seu penitente. Pela absolvição são perdoados todos os pecados àquele que ali os confessa com arrependimento, e com propósito de não mais cair em pecado e de cumprir a penitência que o Confessor lhe impuser. Há vários casos em que o Confessor pode e deve negar a absolvição àquele que se confessa. Citam-se alguns: quando o que se confessa não quer restituir os bens que furtou;

— quando não quer reparar, quanto possível, o escândalo público que causou;

— quando não quer deixar a ocasião próxima do seu pecado;

— quando exerce uma profissão diretamente contrária aos bons costumes;

— quando não manifesta arrependimento sincero dos pecados que confessa (Rit. Rom.), porque, em tais casos, o pecador não se apresenta com a disposição essencial, que é a contrição, para ser absolvido.

ABSTINÊNCIA

consiste em não comer carne nem caldo de carne em alguns dias determinados pela Igreja. São dias de abstinência; a) todas as sextas-feiras do ano; b) quarta-feira de Cinzas e das Quatro Têmporas; c) sábados da Quaresma e das Quatro Têmporas; d) vigílias do Natal, do Pentecostes, da Assunção e de Todos os Santos, salvo os privilégios da Bula e do Indulto pelo qual só são dias de abstinência a) sextas-feiras do Advento, da Quaresma e das Quatro Têmporas b) vigílias do Pentecostes, Assunção de Nossa Senhora, Todos os Santos e Natal. Por lei da Igreja são obrigados à abstinência todos os cristãos que completem sete anos de idade e que não estejam legitimamente dispensados. A abstinência é recomendada pelo Apóstolo São Paulo, quando diz: «Bom é não comer carne nem beber vinho, nem coisa em que teu irmão tropece, ou se escandalize, ou enfraqueça» (na fé). Ep. Rom. XIV, 21. A Igreja impõe este preceito para que façamos penitência dos pecados passados, evitemos os futuros, mortificando a gula e paixões e santifiquemos as principais épocas e festas do ano. O uso de qualquer comida só constitui pecado por ser proibido pela lei da Igreja, ou por ser prejudicial à saúde, pois, se não é coisa má comer carne ou beber vinho, é coisa má transgredir a lei da Igreja ou prejudicar a saúde.

AÇÃO CATÓLICA

é a participação dos leigos no apostolado da Hierarquia; isto é, uma instituição de católicos militantes, uma santa milícia, um exército de apóstolos, de ativos e generosos auxiliares da Hierarquia eclesiástica, sob a direção dos Bispos. A Ação Católica constitui um verdadeiro apostolado. Todos os seus diretores e promotores devem ser católicos praticantes, convictos da sua fé, solidamente instruídos na doutrina religiosa, dotados de verdadeira piedade, de virtudes varonis, de costumes tão puros e vida tão ilibada que sirvam de exemplo eficaz para todos. A Ação Católica deve consistir essencialmente em duas coisas: na fase de formação para a vida católica, e na fase de ação, isto é, na comunicação da vida adquirida durante a fase de formação. O fim essencial das obras da Ação Católica é a formação dos militantes que operarão nos seus meios.

ACOLITATO

é uma das quatro Ordens Menores, pela qual é conferido o poder de acender velas para a Missa, e de ministrar ao celebrante as galhetas com água e vinho.

ACÓLITO

é aquele que recebe a Ordem de Acolitato. Atualmente o ministério próprio do acólito é exercido pelo sacristão, o qual pode usar batina e sobrepeliz quando faz o ofício de acólito.

ATO HERÓICO DE CARIDADE

consiste em oferecer a Deus, pelas almas do Purgatório, mentalmente ou por meio de alguma fórmula, todas as obras satisfatórias que o oferente fizer durante a vida, e todos os sufrágios que fizerem por ele depois da sua morte. Este ato, posto que lhe dêem o nome de voto, não obriga sub gravi, e pode ser rescindido pelo próprio oferente.

ATO HUMANO

é o ato que o homem quer praticar, sabendo o que faz. Para que o homem produza um verdadeiro ato humano e dele tenha a responsabilidade, não é necessário que conheça com toda a perfeição o que faz e que nisso consinta plenamente; basta que haja um conhecimento imperfeito e um consentimento livre, embora com hesitação e alguma relutância. O ato humano é bom, se direta ou indiretamente é ordenado pela razão e de harmonia com a lei eterna ao fim último; é mau, se, por estar em desarmonia com a razão e a lei eterna, afasta do fim último para que o homem foi criado. Se o ato é bom, produz algum bem e merece recompensa; se é mau, produz algum mal, e merece punição. É nosso interesse fazer sempre o bem e evitar tudo o que seja mal; e em todos os nossos atos devemos ter em vista agradar a Deus, para merecermos recompensa eterna.

ATOS DOS APÓSTOLOS

é o livro do Novo Testamento que segue imediatamente ao Santo Evangelho. Compreende a história de trinta anos, desde a morte de Jesus Cristo até ao ano 63 da era vulgar. O seu autor é o Evangelista São Lucas, que descreve todas as coisas notáveis que os Apóstolos fizeram por inspiração do divino Espírito Santo. Este livro é uma perfeita e admirável imagem da Igreja nascente.

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ADIVINHAÇÃO

é o conhecimento de coisas ocultas por obra do demônio. É uma espécie de curiosidade quanto ao fim, mas quanto ao modo de a satisfazer é uma espécie de superstição. Não é lícita, quer seja por invocação do demônio, ou pelos astros, ou pelos sonhos, ou por sortes, ou pelos lineamentos das mãos. Cai neste pecado de adivinhação não só o adivinho ou feiticeiro mas também aquele que o consulta, por querer saber, por obra do demônio, alguma coisa oculta, presente ou futura.

ADORAÇÃO

é ato de culto de latria devido só a Deus, nosso Criador e supremo Senhor. De três modos devemos adorar a Deus: com adoração interior, que consiste em fazer atos de fé, de esperança, de amor, de gratidão, de submissão, apenas com pensamento; — com adoração exterior, manifestando o nosso pensamento por meio de sinais sensíveis, tais como a genuflexão, a oração vocal, o sacrifício, e outros atos semelhantes; — com adoração social ou pública, que consiste na oração feita em comum, na assistência à Missa e a outros atos de culto público. — Podemos adorar a Deus em toda a parte, mas a igreja é o lugar mais próprio para manifestarmos a Deus o nosso culto de adoração — A adoração é devida igualmente a Jesus Cristo, porque é igualmente Deus. Devemos, pois, adorar a Deus não só com atos exteriores, mas de maneira que esses atos sejam a expressão sincera do amor que nos merece. Assim disse Jesus Cristo: «Deus é Espírito, e é necessário que aqueles que O adoram, O adorem era espírito e em verdade». Ev. S. Jo. IV, 24.

ADRO

era um pátio quadrado junto à igreja, no meio do qual, antigamente, havia uma fonte com uma taça, onde os fiéis lavavam as mãos e o rosto antes de entrarem na igreja, símbolo da purificação dos pecados. Na taça da fonte estavam gravadas estas palavras: «Lavai os vossos pecados e não o vosso rosto». Esse uso desapareceu, e a taça foi substituída pelas pias de água-benta à entrada interior da igreja, para os fiéis, tocando-a com devoção, serem purificados dos pecados veniais.

ADULAÇÃO

é o excesso de louvores dirigidos a alguém para lhe ser agradável, ou por causa de algum lucro. É pecado sobretudo quando se faz com intenção de prejudicar, ou com escândalo.

ADULTÉRIO

é a cópula entre pessoa casada e outra que não seja o seu cônjuge. É pecado mortal contra a castidade, e também contra a justiça, porque viola o direito do cônjuge inocente; é uma profanação da santidade do Matrimônio; é uma quebra da promessa feita solenemente à face da Igreja. O Apóstolo São Paulo condena o adultério, dizendo que os adúlteros serão excluídos do Reino de Deus. Ep. I Cor. VI., 9. Aquele que pratica adultério, com o fim combinado de casar com o seu cúmplice após a morte do legítimo cônjuge, não pode validamente contrair tal matrimônio. C. 1075.

ADVENTO

é o tempo de quatro semanas anteriores à festa do Natal. O primeiro dia do Advento ocorre no fim de Novembro ou primeiros dias de Dezembro, e com ele começa o ano litúrgico ou ano eclesiástico. Quer a Igreja que durante o tempo do Advento os fiéis se preparem com a oração e o jejum, para comemorarem cristãmente a vinda ou o nascimento de Jesus Cristo. — As sextas-feiras do Advento são de abstinência sem jejum, mesmo para os fiéis que têm o Indulto Quaresmal.

AFILHADO

é o indivíduo que tem um padrinho quando recebe o sacramento do Batismo ou o da Confirmação. Deve-lhe respeito especial, porque contrai com o seu padrinho um grau de parentesco espiritual. Na falta dos pais, o padrinho tem o direito e o dever de o instruir e educar na Religião Cristã.

AFINIDADE

é o parentesco espiritual que resulta dum casamento legítimo entre cristãos e existe entre o marido e os consanguíneos da mulher, e entre a mulher e os consanguíneos do marido. É impedimento dirimente do Matrimônio até ao segundo grau de linha colateral inclusive; em linha reta dirime o Matrimônio em qualquer grau. C. 1077.

ÁGAPE

refeição entre os cristãos dos primeiros séculos da Igreja, para manifestarem mutuamente os laços de caridade que os uniam. Este banquete começou por ser uma comemoração da última Ceia de Jesus Cristo, mas não tardou em desaparecer tal uso.

AGNÓSTICO

é aquele que, sem negar a existência de Deus, afirma que não podemos provar que Deus existe. O agnóstico afirma um erro. Nós sabemos com certeza que Deus existe, porque sem Deus não se explica nada do que existe, visto como as coisas não existem por si mesmas, e porque Deus revelou ou manifestou a sua existência a pessoas que tal nos afirmam e que são dignas de crédito. Com efeito, desde a primeira geração humana as pessoas mais dignas de fé afirmam que Deus se revelou aos homens, provando com milagres que era Deus que se lhes revelava. A existência de Deus é afirmada na história de todos os povos e em todos os tempos. Tal afirmação não seria universal se não houvesse a certeza da existência de Deus.

AGNUS DEI (significa Cordeiro de Deus)

é uma breve oração que o Sacerdote repete três vezes, na Missa, antes de comungar. — Também se dá este nome a uma espécie de medalha de cera branca, feita dos restos do círio pascal de anos anteriores, tendo de um lado a efígie de um cordeiro. Por virtude da oração da bênção, que é reservada ao Papa, a medalha protege contra os perigos das doenças contagiosas, do mar, do incêndio, das inundações.

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AGREGAÇÃO DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO

é uma Associação fundada pelo Venerável Pedro Eymard, fundador da Congregação do Santíssimo Sacramento, a qual tem por fim desenvolver no povo cristão a devoção à Sagrada Eucaristia, e especialmente a prática da oração.

ÁGUA BATISMAL

é a que os Párocos benzem nas vigílias da Páscoa e do Pentecostes, segundo as rubricas do Missal, para a administração solene do sacramento do Batismo. A água simboliza a purificação da alma. — Se a água estiver demasiado fria, para não prejudicar a saúde da criança que se batiza, pode acrescentar-se-lhe uma pequena quantidade de água natural, tépida (Rit. Rom.) A água usada no batismo duma criança não deve cair na água conservada na mesma pia.

ÁGUA BENTA

é aquela sobre a qual o Sacerdote faz uma bênção com orações prescritas pela Igreja. Serve para aspergir os fiéis antes da Missa conventual, para aspergir as imagens dos Santos, os paramentos, as casas, os frutos, etc. Está em pias próprias à entrada das igrejas para os fiéis a tocarem com devoção, e é recomendável que a tenham em casa para se aspergirem com ela, podendo por isso ser purificados dos seus pecados veniais.

ALFAIAS

são os vários objetos usados nos atos do culto religioso, tais como: o cálice, a patena, a custódia, os paramentos, etc. O cálice e a patena, para serem usados na Missa, têm de ser sagrados pelo Bispo diocesano, e não perdem a sagração por ter desaparecido ou por se ter renovado a douradura, salvo contudo no primeiro caso a obrigação de os mandar dourar novamente. C. 1305. — Os cálices, patenas, sanguíneos, corporais e palas usados na celebração da Missa não devem ser tocados senão por clérigos, ou por seculares de confiança, a quem esteja entregue a guarda dos mesmos. C. 1306.

ALELUIA

Palavra hebraica conservada nas preces litúrgicas, e que significa «Louvai a Deus». É uma exclamação de alegria, por isso se chama «Sábado de Aleluia» ao sábado da semana santa, dia em que se comemora a Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.

ALMA

é um espírito imortal, incorruptível, dotado de inteligência e de vontade, criado por Deus para forma do corpo humano. É criada para cada corpo humano depois de concebido, e contrai o pecado original no momento da sua união com o corpo. É operação própria da alma entender o que abstrai das coisas sensíveis por meio dos sentidos. É pela alma que conhecemos e queremos. Está toda em todo o corpo e em cada parte do corpo, dando-lhe unidade e vida. Após a morte, vai imediatamente ou para o Céu, ou para o Purgatório, ou para o Inferno, segundo a sentença que Deus lhe der, e conserva os conhecimentos adquiridos neste mundo. Pode conhecer as ações dos vivos pelas almas que vão entrando na eternidade, ou pelos Anjos, ou pelos demônios, ou por revelação de Deus, e pode aparecer aos vivos, mas tal aparição é miraculosa. — A alma, porque é puramente espiritual, não tem forma, nem peso, nem cor; é invisível, mas todos vêem os seus efeitos, atos que nenhum corpo é capaz de produzir: entender, querer, amar, raciocinar. — Devemos querer-lhe mais do que ao corpo. — A salvação da nossa alma é o negócio mais importante da nossa vida, pois disse Jesus: «Que aproveita ao homem ganhar todo o mundo, se vier a perder a sua alma?». Ev. S. Mat. XVI. 26. É também um negócio absolutamente pessoal, pois ninguém pode substituir outrem no trabalho da sua santificação. Ao mesmo tempo é um negócio urgente, porque a vida é breve e a morte pode chegar repentinamente. Por isso Jesus preveniu: «Estai preparados». Há quem diga que a alma não existe, que o homem é apenas um animal aperfeiçoado. Isto é uma afirmação falsa. Com efeito, se o homem fosse apenas um animal aperfeiçoado, não haveria entre ele e os outros animais senão uma diferença de grau, isto é, as faculdades que existem nos animais seriam mais perfeitas no homem, e nele não haveria mais faculdades que nos animais. Mas sucede o contrário: o homem é menos forte que o boi, menos ligeiro que o cão, etc. Há no homem faculdades que nenhum animal possui: a faculdade de pensar, a de compreender, a de julgar, a de falar, a de progredir, a de prestar culto. Estas faculdades são absolutamente distintas das faculdades do corpo, são de natureza mais elevada, mais nobre, são de natureza espiritual. Os animais têm o instinto preciso para se conservarem e se reproduzirem. Só o homem tem a inteligência indispensável para progredir. As faculdades que são só do homem existem na alma humana.

ALTAR

é a mesa sobre a qual se faz o sacrifício da Missa. Pode ser fixo ou portátil. É fixo, se a mesa é uma só pedra, embora o suporte seja de alvenaria; é portátil, se sobre a mesa de alvenaria ou de madeira é colocada uma pedra chamada pedra d’ara, que é consagrada pelo Bispo e contém relíquias dum Santo Mártir numa cavidade coberta e cimentada. — Para a celebração da Missa o altar há de estar coberto com três toalhas de linho, devendo a toalha superior tocar com as extremidades laterais no chão; há de ter um crucifixo bem visível no meio, com duas velas de cera em castiçais aos lados. — Sobre o altar não se deve pôr coisa alguma que não seja precisa para o Sacrifício da Missa, ou que não sirva para ornato do mesmo altar. — É uso colocar sobre a parte posterior do altar um degrau ou banqueta, na qual se põem os castiçais, o crucifixo e as flores; embora estas sejam permitidas como ornamento, não se deve esquecer que o melhor ornamento do altar é a limpeza, o asseio. — O altar deve ter um supedâneo, isto é, deve haver junto ao altar um estrado do comprimento do mesmo, e bastante largo para o celebrante da Missa poder fazer a genuflexão sem pôr o pé fora. — O altar em que se conserva o Santíssimo deve ser o mais ornamentado de todos, para que o mesmo, desta forma, excite a devoção e piedade dos fiéis (C. 1268). — Não pode o crucifixo ser colocado diante da porta do sacrário, nem sobre o trono em que se costuma expor o Santíssimo na custódia (S. C. R.). — É proibido colocar sobre o altar outro lume que não seja o de cera (S. C. R.). — Com consentimento do Bispo, pode colocar-se a imagem do Coração de Jesus por detrás do sacrário (S. C. R.), mas é preferível que fique ao lado, podendo ser. — Sem licença do Bispo, não é permitido colocar de novo, na igreja, quaisquer altares, imagens de Santos, ou transferir de lugar, uns e outros, nem abrir nichos nas paredes, destinados a imagens de Santos (C. P.).

ALTAR PRIVILEGIADO

é aquele em que à Missa nele dita e aplicada por uma alma, anda ligado o privilégio de uma Indulgência Plenária. No dia da Comemoração dos Fiéis Defuntos todas as Missas gozam desse privilégio, como se fossem celebradas em altar privilegiado. Igualmente são privilegiados todos os altares da igreja, nos dias em que nela se faz a solenidade das Quarenta Horas (C. 917). O Bispo pode designar um altar privilegiado em cada igreja paroquial (C. 916).

ALVA

é uma veste de linho ou cânhamo, que o Sacerdote põe sobre a batina, nalgumas funções litúrgicas, cobrindo-a totalmente. Pelo seu comprimento e brancura, a alva recorda ao Sacerdote a perseverança nas boas obras, a gravidade que deve acompanhar as funções sagradas, e a pureza com que deve subir ao altar. — A alva era uma veste de dignidade entre a nobreza romana. A Igreja adotou-a, porque não há dignidade igual à do Sacerdote. — A alva deve ser benzida antes de começar a ser usada.

AMENTA

é uma oração que o Pároco faz (onde há esse costume) pelos defuntos da sua paróquia. Geralmente é feita ao domingo, antes da Missa paroquial. Por essa obra de piedade recebe dos seus paroquianos uma determinada oferta.

AMITO

é uma veste litúrgica feita de linho ou de cânhamo, de forma retangular, bastante ampla para envolver a cabeça e cobrir as espáduas do Sacerdote quando tem de vestir a alva. — Começou a ser usado nas frias e vastas igrejas da Idade Média, como precaução, nos Ofícios divinos, para a conservação da voz. Cobria primitivamente, até ao aparecimento do barrete, a cabeça e o pescoço do sacerdote. Recorda ao Sacerdote o cuidado que deve ter em omitir, durante o Sacrifício da Missa, toda a palavra estranha ao ato que pratica, e que o deve ocupar inteiramente. — O amito deve ser benzido antes de começar a ser usado.

AMIZADE

é o amor de mútua benevolência, fundado sobre alguma comunicação. Conserva-se e aumenta com o exercício de obras amigáveis, pela meditação e pela recompensa de benefícios. Cinco coisas são próprias da amizade: querer estar e conviver com o amigo, querer-lhe bem, fazer-lhe bem, conversar com ele amigavelmente, manter-se em concórdia com ele. Pode haver discrepância de opiniões entre os amigos, conservando, todavia, a amizade e a paz. O homem deve sofrer corporalmente pelo amigo, mas não deve sofrer detrimento espiritual.

AMOR

é a complacência do amante no amado, é um movimento unitivo da alma, que se compraz no bem, um atrativo poderoso que nos impele para um objeto, ou por causa da sua bondade (amor de benevolência), ou pelas vantagens que a sua posse nos oferece (amor de concupiscência). A origem do amor encontra-se na simpatia natural que existe entre a vontade e o bem; simpatia tal que não é possível a vontade aperceber-se do bem sem que se mova a amá-lo. É tão estreita a relação que existe entre a vontade e o bem, que sendo-lhe proposto o mal sob aparências de bem, também o ama, mas detestá-lo-ia se o apreendesse como mal. O amor de Deus causa bondade nas coisas; em nós causa amor. Deus deve ser amado sobre todas as coisas, e devemos amar a Deus mais do que a nós mesmos. Disse Jesus: «Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças». (Ev. S. Mar. XII, 30). Para cumprir este preceito, devemos: procurar conhecer Deus e a sua Lei, ter as nossas afeições unidas a Deus, preferir Deus a tudo, dedicar as nossas forças ao serviço de Deus, tomar Deus como objeto principal dos nossos pensamentos. O amor a Deus manifesta-se não tanto por palavras como por obras; assim o disse Jesus: «Se me amas, guarda os meus mandamentos. Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama». (Ev. S. Jo. XV, 15 e 20). O nosso amor próprio, ou o amor que temos a nós mesmos, posto que seja natural o bom, dentro dos justos limites, por causa dos excessos a que arrasta, torna-se um agente muito perigoso. O amor desordenado de nós mesmos é o princípio de toda a culpa, e é origem de todas as paixões más e de todas as desordens da vida. Por isso é preciso combater eficazmente o amor próprio, até que se sujeite e se submeta ao que o amor de Deus exige, e não subtraia o que ao amor do próximo é devido. Devemos amar o próximo como a nós mesmos. Assim foi preceituado por Jesus Cristo, dizendo: «Amarás o teu próximo como a ti mesmo» (Ev. S. Mat. XXII, 39). E acrescentou: «Assim como quereis que vos façam os homens, da mesma sorte fazei vós a eles também» (Ev. S. Luc. VI, 31). O amor ao próximo tem olhos que vêem as necessidades de seja quem for, tem ouvidos que ouvem as súplicas dos necessitados, tem coração que se compadece das misérias alheias, tem mãos que praticam o bem, tem pés que caminham em procura das misérias escondidas. E, se tem dinheiro, tem também uma bolsa sempre aberta para socorrer os pobres que necessitam de dinheiro. De entre o nosso próximo, os nossos consanguíneos devem ser mais amados que os outros, e os filhos mais do que os irmãos. Devemos amar os nossos inimigos, não como inimigos, mas por serem nosso próximo. Também é preceito de Jesus Cristo: «Amai os vossos inimigos; fazei bem aos que vos têm ódio, e orai pelos que vos perseguem e caluniam» (Ev. S. Mat. V, 44). «O nosso amor para os nossos inimigos, é verdadeiro quando nos não afligimos da sua prosperidade ou quando nos não alegramos de suas perdas e angústias», diz São Gregório Magno.

AMOS

são pessoas que recebem em sua casa, para serviços que não podem ou não querem fazer, outras pessoas que lhes prestam esses serviços a troco de um ordenado estabelecido em contrato. Devem: pagar aos seus criados, com exatidão, o que foi contratado; poupá-los a trabalhos excessivos ou demasiado pesados para a idade ou para as forças que têm; dar-lhes o necessário para a sua alimentação: tratá-los com bondade, antes aconselhando do que repreendendo, e, tendo de castigar, castigando com caridade, paternalmente; vigiar sobre a sua conduta moral, dar-lhes bom exemplo, facilitar-lhes o cumprimento das obrigações da vida cristã; considerá-los como irmãos pobres e humildes, que procuram abrigo e pão em casa dos seus irmãos ricos, a troco dos serviços grosseiros e pesados da casa.

ANÁTEMA

é a pena de excomunhão aplicada solenemente pela Igreja ao cristão por algum crime grave que pratica. O cristão anatematizado fica excluído da comunhão dos bens espirituais da Igreja (C. 2257, 2262).

ANIQUILAÇÃO

Se Deus retirasse a sua ação conservadora sobre as criaturas, tudo seria subitamente reduzido ao nada. Mas é da ordem da divina Providência não aniquilar nenhuma criatura; nem mesmo aniquila os pecadores, para que a justiça não seja sem misericórdia, e para que a pena corresponda à culpa. O nosso corpo após a morte é reduzido a pó, mas não é aniquilado, e ressuscitará no fim do mundo.

ANJOS

são espíritos sem corpo criados por Deus para O louvarem, servirem, amarem e gozarem por toda a eternidade. Muitos, porém, tornaram-se soberbos, e Deus expulsou-os para o Inferno, onde sofrem eternamente o castigo do seu pecado. A existência dos Anjos é muitas vezes afirmada na Sagrada Escritura. A respeito dos Anjos que pecaram disse Jesus Cristo: «Retirai-vos de mim, malditos, para o fogo do Inferno que está preparado para o diabo e para os seus anjos» (Ev. S. Mat. XXV, 41). Quanto aos Anjos fiéis, disse: «Os meus Anjos vêem sempre a face de meu Pai que está nos Céus» (Ev. S. Mat. XVIII, 10). Os Anjos do Céu — Anjos bons — protegem os homens contra muitos males, e cada pessoa tem um Anjo da Guarda, ao qual deve recorrer todos os dias, invocando-o em seu auxílio, para que o livre de cair em tentação, e de ser vítima de algum perigo. Por isso devemos invocá-los e amá-los. Os Anjos do Inferno — Anjos maus ou demônios — são inimigos da nossa alma, tentam-nos para o pecado a fim de cairmos no Inferno. Por isso devemos estar vigilantes contra a tentação, e desprezá-la.

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ANTICRISTO

Nome por que é designado aquele que será o chefe de todos os maus em malícia completa, e cuja vinda, segundo o pensar dos teólogos, é um dos sinais do fim do mundo. O Apóstolo São Paulo chama-lhe o «homem do pecado», filho da perdição, que suscitará contra a Igreja a maior de todas as perseguições; que fará milagres falsos e aparentes, com os quais muitos hão de ser enganados; que se assentará no templo de Deus, ostentando-se como se fosse Deus. Mas Jesus Cristo o matará com o sopro da Sua boca, o destruirá com o esplendor da Sua vinda (Ep. 2, Tessal. II, 8). O Anticristo só virá pouco tempo antes do fim do mundo, e depois que o Santo Evangelho tiver sido pregado em todo o mundo e a todos os povos da terra (Ev. S. Mar. XIII).

APARIÇÃO DOS ESPÍRITOS

Deus permite que os Anjos apareçam aos homens, não quando os homens querem, mas quando Deus quer. Para que os homens os vejam, os Anjos assumem ou tomam um corpo formado misteriosamente. — Também quando Deus quer, os mortos aparecem aos vivos, mas essa aparição é feita por operação dos Anjos ou dos demônios. Deus permite tais aparições unicamente para instrução dos vivos e para benefício das almas do Purgatório. Devemos, todavia, ser muito reservados quanto à aceitação, como verdadeiras, de todas as coisas que se contam como aparições de espíritos. São possíveis, mas são raras.

APOCALIPSE

é o último livro do Novo Testamento, e com ele terminam as Sagradas Escrituras. Foi escrito pelo Apóstolo São João quando esteve degredado na ilha de Patmos por ordem do imperador Domiciano. O Apóstolo prediz que a Igreja triunfará após o reinado do Anticristo, e, diz São Jerônimo: «compreende tantos mistérios quantas são as suas palavras».

APÓCRIFOS (livros)

são os livros que certos autores consideram como inspirados pelo divino Espírito Santo, dando-lhes a mesma autoridade que aos Santos Evangelhos, mas que a Igreja não admite no número dos livros sagrados do Novo Testamento.

APOSTASIA

é o afastamento total da fé cristã. Ê pecado gravíssimo, filho da soberba. As principais causas da apostasia dos jovens são: adesão às seitas maçônicas, as más leituras, as más companhias e as paixões.

APÓSTATA

é aquele cristão que renegou da fé e caiu no pecado da apostasia (C. 1325). O apóstata notoriamente reconhecido, morrendo na apostasia, não pode ter sepultura eclesiástica (C. 1240); nem missa exequial, mesmo de aniversário, nem outros Ofícios fúnebres públicos (C. 1241).

APOSTOLADO

é o trabalho para a salvação das almas. É a grande necessidade de todos os tempos. Sem apostolado não se salvam as almas, porque não conhecem Jesus Salvador, não O amam, não praticam a Sua Lei, não participam dos Seus méritos. Foi essa a missão que Jesus confiou aos Seus Apóstolos, e que estes transmitiram aos seus sucessores — os Bispos — e de que estes encarregaram os seus auxiliares — os Padres. O apostolado dos Bispos e dos Padres, atualmente, é insuficiente para chegar a todas as almas; os leigos são, por isso, chamados à obra do apostolado. Não devem recusar a sua cooperação; pelo contrário, devem acudir, pressurosos, a receber a honra que lhes é oferecida, e desempenhar-se com a máxima dedicação e diligência da sua missão. São meios fáceis de fazer apostolado: a oração pelos pecadores e pelo bom êxito do apostolado; — a expiação, aceitando os sofrimentos, o trabalho e as renúncias que a sua ação exigir; — a palavra instrutiva, educativa, sempre que haja oportunidade; — o bom exemplo, com uma conduta sempre edificante; — a bondade, mostrando interesse pelas almas, e desculpando as faltas de consideração, de gratidão, de delicadeza daqueles a quem se quer fazer bem.

APOSTOLADO DA ORAÇÃO

é uma pia união de vontades e esforços para levar a efeito, frutuosamente, a obra ou apostolado por meio da oração, em nome de Jesus Cristo e em união com as intenções do Seu divino Coração. São três os graus deste Apostolado: O 1.° Grau, essencial e comum a todos, é constituído por aqueles que, estando inscritos num Centro do Apostolado, e tendo Patente de admissão, oferecem a Deus em cada manhã as obras do dia, segundo as intenções do Coração de Jesus. O 2.° Grau compreende os que, além do oferecimento quotidiano, oferecem todos os dias a Nosso Senhor um Pai-Nosso e dez Ave-Marias, segundo as intenções do Apostolado. O 3° Grau compreende todos os associados que se comprometem a fazer a Comunhão reparadora semanal ou mensal pelas mesmas intenções.

APOSTOLICIDADE

é um dos quatro caracteres da Igreja Católica, e significa que a Igreja Católica é a mesma que os Apóstolos receberam de Jesus Cristo e estabeleceram no mundo com a sua pregação. O fato é demonstrado pelo catálogo dos Bispos e dos Papas, que, sem interrupção de tempo, vêm sucedendo como Pastores da Igreja desde os primeiros Apóstolos de Jesus Cristo, ensinando a mesma doutrina, o mesmo culto, e mantendo o mesmo regime. Só a Igreja Católica apresenta esta nota de apostolicidade, nota da verdadeira Igreja fundada por Jesus Cristo.

APÓSTOLOS

foram os doze discípulos que Jesus Cristo escolheu para seremos continuadores da Sua missão divina entre os homens até ao fim dos tempos. Para isso lhes comunicou um tríplice poder:

ENSINAR — «ensinai todas as gentes a cumprir o que vos mandei» (Ev. S. Mat. XXVIII, 19);

REGER — «tudo o que ligardes na terra será ligado ao Céu » (Ev. S. Mat. XVIII, 18).

SANTIFICAR — «recebei o Espírito Santo, serão perdoados os pecados a quem os perdoardes» (Ev. S. Jo , XX, 23). — Jesus Cristo ordenou-os Sacerdotes em Quinta-feira Santa, quando instituiu a Sagrada Eucaristia, dizendo-lhes: «Fazei isto em memória de mim». Por este Sacramento receberam o poder de consagrar a Eucaristia ou de oferecer o Santo Sacrifício. Os Apóstolos eram homens de condição humilde e ignorantes, mas, tendo recebido de Jesus e do divino Espírito Santo toda a ciência de que necessitavam para converter os homens à Religião cristã, dedicaram-se de tal modo à obra do apostolado que fizeram, de fato, milhões de conversões, e deram a vida por amor de Jesus Cristo.

ARCEBISPO

é o Bispo que preside a uma Província Eclesiástica, o qual tem na própria Diocese os mesmos direitos e as mesmas obrigações que um Bispo na sua (C. 272, 273).

ARCIPRESTE

é o Sacerdote que o Bispo coloca à frente de um Arciprestado ou grupo de Paróquias, com os direitos e os deveres estatuídos na legislação canônica (C. 217). Nalgumas Dioceses o Arcipreste tem o nome de Vigário da Vara, e o Arciprestado tem o nome de Vigararia.

ARQUICONFRARIA

é a Confraria que tem o direito de agregar outras Associações da mesma espécie; assim como se chama UNIÃO PRIMÁRIA a que pode agregar outras Pias Uniões (C. 720). Nenhuma Associação pode validamente agregar outras sem Indulto Apostólico (C. 721). Pela agregação comunicam-se à Associação agregada privilégios e outras graças comunicáveis, que à Associação agregante tenham sido ou venham a ser concedidas pela Santa Sé. Por essa comunicação, a Associação agregante nenhum direito adquire sobre a agregada (C. 722), mas esta perde todas as Indulgências Papais que antes tivesse obtido.

ASCENÇÃO DE JESUS CRISTO

é comemorada festivamente quarenta dias após a festa da Ressurreição. Jesus subiu ao Céu por sua própria virtude com as duas naturezas, divina e humana. Após a Ressurreição apareceu doze vezes aos seus Apóstolos para os confirmar na fé. Não se sabe onde permaneceu antes de subir ao Céu. Quinta-feira da Ascensão é dia santo de guarda. Assiste- se à missa e não se trabalha. A Ascensão de Jesus ao Céu é um dogma da nossa fé, expresso no Santo Evangelho (S. Mar. XVI, 19). Como Jesus subiu ao Céu com a sua natureza humana, também nós podemos subir ao Céu após a nossa ressurreição. É esta uma verdade que nos conforta durante a passagem por este mundo.

ASCETA

é o cristão que, seguindo a doutrina ascética, se esforça por conseguir a perfeição da sua vida espiritual.

ASCÉTICA

é a doutrina que propõe os exercícios pelos quais podemos, com o concurso ordinário da graça, tender ativamente à perfeição espiritual. A ascética insiste mais no lado negativo, mas absolutamente indispensável, da vida espiritual: no combate ao pecado, às paixões más, ao apego às criaturas e às imperfeições, e assim nos dispõe para a união com Deus que é a parte mística da vida espiritual.

ASSOCIAÇÕES PIAS OU RELIGIOSAS DOS FIÉIS

Na Igreja há três espécies de Associações pias ou religiosas, em que os fiéis se podem congregar: Ordem Terceira Secular, Confraria, Pia União (C. 700). A primeira tende a promover entre os associados a perfeição da vida cristã; a segunda visa especialmente ao incremento do culto público; a terceira procura o exercício de alguma obra de piedade ou de caridade. Nenhuma Associação é reconhecida na Igreja se não for ereta ou ao menos aprovada pela legítima Autoridade eclesiástica, que é o Papa para toda a Igreja, e o Bispo para a sua Diocese; excetuam-se as Associações, cuja instituição foi reservada por privilégio Apostólico a outras entidades (C. 686), como, por exemplo, a Confraria do Rosário, cuja instituição é reservada ao Mestre Geral da Ordem dos Pregadores. Cada Associação há de ter os seus Estatutos examinados e aprovados pela Santa Sé ou pelo Bispo do lugar (C. 689). Todas as Associações sem exclusão das que foram eretas pela Santa Sé, se não tiverem privilégio especial que as isente, estão subordinadas à jurisdição e vigilância do Bispo do lugar. Salvos os casos expressamente excetuados, todas as Associações legitimamente eretas podem possuir e administrar bens temporais, sob a autoridade do Bispo do lugar, a quem devem prestar contas da sua administração (C. 1525), não sendo, porém, obrigadas a prestá-las ao Pároco, embora estejam eretas no seu território (C. 691), a não ser que o Bispo determine outra coisa. Para gozar os direitos e graças espirituais da Associação, é necessário e suficiente que o fiel seja nela validamente admitido e não seja legitimamente expulso (C. 692). — Não podem admitir-se validamente os acatólicos, os que pertencem a alguma seita condenada, os que estão notoriamente incursos em censura, e em geral os pecadores públicos (C. 693). A mesma pessoa pode ser admitida em várias Associações, a não ser que se trate das Ordens Terceiras (C 693). A admissão deve ser feita de harmonia com o direito e com os respectivos Estatutos. Para que as Pias Associações consigam o seu fim, devem os sócios ou irmãos santificar-se pelo fiel cumprimento dos Mandamentos da Lei de Deus e da sua Igreja, pela frequência dos Sacramentos da Penitência e da Comunhão, pelo bom exemplo ao povo cristão, e pelo exercício das obras de caridade tanto espirituais como corporais. O Bispo do lugar pode demitir ou expulsar sócios ou irmãos em todas as Associações (C. 696), a não ser que por indulto apostólico estejam isentas. Os associados podem sair da Associação por sua própria renúncia, e não são obrigados sob culpa a observar os Estatutos da Associação, nem podem ser coagidos a isso por meio de penas eclesiásticas. O Pároco, não sendo irmão, não pode intervir no regime da Associação, a não ser que seja seu Diretor ou delegado do Bispo, ou que isso seja permitido pelos Estatutos. A ordem de precedência entre Associações de pessoas leigas é a seguinte:

1 — Ordens Terceiras;

2 — Arquiconfrarias;

3 — Confrarias ou Irmandades;

4 — Pias Uniões Primárias;

5 — Outras Pias Uniões.

Dissolvida que seja a Associação, os bens não pertencem aos associados, mas devem ser aplicados pela Autoridade eclesiástica competente para outro fim piedoso (C. 1501). Salvos os direitos legitimamente adquiridos, a vontade dos fundadores e benfeitores e os Estatutos da Associação.

ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA

É doutrina da Igreja que a Virgem  foi elevada ao Céu em alma e corpo após a sua morte. Em memória deste fato celebra-se a festa da Assunção no dia 15 de Agosto. Os Portugueses têm um motivo especial para solenizar a festa da Assunção de Nossa Senhora: foi na véspera desse dia, em 14 de Agosto de 1385, que D. Nuno Álvares Pereira firmou a independência de Portugal, derrotando os Castelhanos na batalha de Aljubarrota. É dia santo de guarda.

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ATEU

é aquele que não crê na existência de Deus. O ateu é néscio e insensato, porque, conhecendo o mundo e a sua grandeza, ignora o seu Autor, e, observando as leis admiráveis do Universo, nega o seu Ordenador.

ATRIBUTOS DIVINOS

são perfeições que, segundo o nosso modo de ver, atribuímos à essência divina: a eternidade (quer dizer que não tem princípio nem fim); a imensidade (quer dizer que está presente em todas as coisas); a imutabilidade (quer dizer que não muda nem no entender nem no querer): a onipotência (quer dizer que pode tudo o que não é contrário às suas perfeições), a bondade (quer dizer que é bom em si mesmo e comunica os seus bens a todas as criaturas); a justiça (quer dizer que aprecia todas as coisas segundo o seu valor real e dá a cada um segundo o mérito das obras que fizer); e outras perfeições.

ATRIÇÃO

é o arrependimento e a detestação do pecado por motivo sobrenatural distinto da caridade, como por exemplo: o medo do Inferno, a perda do Céu, a consideração da maldade do pecado. A atrição, também chamada «contrição imperfeita», é suficiente para obter o perdão dos pecados no Sacramento da Penitência, pois a detestação do pecado, segundo Santo Agostinho, não se pode separar de um certo princípio de amor de Deus; não se aborrece verdadeiramente o pecado senão quando se principia a amar a Deus.

AUDÁCIA

é um movimento da alma que nos leva a combater com vigor a dificuldade que se opõe à aquisição de um bem esperado. É necessário não confundir a audácia com o ímpeto natural; este move a atacar com bravura o mal e as dificuldades em vencê-lo, mas no meio da luta enfraquece e faz voltar as costas ao inimigo — é a covardia. Também é necessário não permitir que a audácia degenere em temeridade, para evitar excessos perigosos; deve ser sempre regulada pela prudência, de sorte que não empreenda qualquer ação que seja superior às suas forças ou contrária à razão.

AURÉOLA DOS SANTOS (coroa de ouro)

Designa-se por este nome o prêmio especial que Deus dá aos Santos, correspondente a virtudes especiais, tais como o martírio, a ciência, a virgindade, ele.

AUTORIDADES

legítimas na sociedade civil, quaisquer que sejam, têm o poder que Deus lhes comunica, visto como «todo o poder vem de Deus » (Ep. Rom. XIII, 1), que é o único Senhor absoluto. — As  autoridades não dispõem de um poder ilimitado, nem podem usá-lo contra a lei natural nem contra a lei divina positiva. Como a sociedade foi instituída para o bem comum dos cidadãos, aqueles que à sociedade presidem devem trabalhar por que o bem comum dos cidadãos, quer material, quer espiritual, seja uma realidade. Devem pois: pôr em prática os meios de fazer prosperar material e moralmente o País; distribuir com justiça os diversos encargos e favores da administração pública; fazer leis justas, sempre de harmonia com a lei natural e a lei divina positiva; manter a ordem social, proteger os bons costumes, promover e proteger as Associações particulares que têm por fim o bem material, intelectual ou moral dos seus associados. Todos os homens constituídos legitimamente em autoridade devem considerar-se e ser considerados como ministros de Deus para o bem dos que lhe são inferiores. O Apóstolo São Paulo escreve: «Toda a pessoa esteja sujeita aos poderes superiores, porque não há poder que não venha de Deus. Aquele pois que resiste ao poder, resiste à ordenação de Deus. E os que lhe resistem, a si mesmos atraem a condenação. Porque os Príncipes não são para temer quando se faz o que é bom, mas quando se faz o que é mau. Queres pois não temer o poder? Faz o bem, e terás louvor dele, porque é ministro de Deus para o bem. Mas se fizeres o mal, teme, porque não é debalde que ele traz a espada» (Ep. Rom. XIII, 4).

AVARENTO

é o escravo do vício da avareza, quer seja rico, quer seja pobre. O avarento é um infeliz; escravo dos bens que possui, não tem coragem para os gozar.

AVAREZA

é um dos sete pecados capitais. É o amor desordenado aos bens do mundo, principalmente ao dinheiro. A avareza manifesta-se: se nos alegramos desordenadamente pela posse da riqueza ou nos afligimos desordenadamente pela sua perda; se usamos meios injustos e criminosos em a procurar; se a procuramos com demasiada cobiça; se não socorremos os pobres conforme podemos. São efeitos da avareza: a dureza do coração, a inquietação do espírito, a fraude, a traição, a indiferença pelos bens do Céu. São remédios contra a avareza: a oração, a esmola, a meditação da morte, a recordação das palavras de Jesus Cristo, que disse: «Guardai-vos de toda a avareza, porque a vida de cada um não está na abundância das coisas que possui» (Ev. S. Luc. XII, 15). O Apóstolo São Paulo adverte-nos, dizendo: «Sejam os vossos costumes isentos de avareza, contentando-vos com o que tendes, porque Deus mesmo disse: não te deixarei nem te desampararei; de maneira que possamos dizer com confiança: «o Senhor é quem me ajuda, não temerei o que me possa fazer o homem» (Ep. Heb. XIII, 5, 6). É insensatez pôr o homem as suas esperanças na riqueza para a conservação e gozo da vida. A vida dos ricos não é mais nem menos crucificada que a dos pobres, se for da vontade de Deus enviar-lhes o sofrimento, ou encurtar-lhes a existência.

AVE-MARIAS

é uma devoção que consiste em saudar a Virgem Maria quando toca o sino, de manhã, ao meio-dia e ao sol-posto, rezando três Ave-Marias em memória dos mistérios da Encarnação e da Anunciação. É uma prática antiquíssima e enriquecida com muitas Indulgências. Lucram as mesmas Indulgências os fiéis que, ouvindo o toque do sino, rezarem às horas devidas, assim como os que, não sabendo as orações, rezarem cinco Ave-Marias.

AVERSÃO

O é um movimento da alma que nos afasta de um mal iminente. Sentimo-la quando se apresenta ao nosso Espírito alguma coisa que julgamos ser-nos nociva ou perniciosa; instintivamente produz-se em nós um movimento de repulsa e uma repugnância invencível, que nos dispõe a evitá-la. Porque a aversão pode ser o produto mórbido da natureza mal educada, devemos procurar vencer as nossas repugnâncias, praticar as virtudes que desagradam à natureza, e evitar tudo o que pode oferecer algum obstáculo ao nosso progresso espiritual.

ÁZIMO

é o pão fabricado sem fermento, do qual se fazem as hóstias que hão de ser consagradas na Missa, conforme o uso na Igreja Latina, a qual tem por certo que Jesus Cristo, na última Ceia, consagrou o pão ázimo. Todavia, a Igreja ensina que não é inválida a consagração Eucarística com o pão fermentado, como usa a Igreja Grega.

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