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“NÃO VOS DEIXAREIS ÓRFÃOS. VOLTAREI A VÓS.” (João 14,18).

Este verso não fala da volta de Cristo Jesus nos moldes apresentados em João 14,1-4 (Parusia):

“Não se perturbe o vosso coração. Credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Não fora assim, e eu vos teria dito; pois vou preparar-vos um lugar. Depois de ir e vos preparar um lugar, voltarei e tomar-vos-ei comigo, para que, onde eu estou, também vós estejais. E vós conheceis o caminho para ir aonde vou.”

Trata-se da presença puramente espiritual de Jesus entre nós: O CRISTO-SABEDORIA (cf. João 14,21):

“Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é que me ama. E aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e manifestar-me-ei a ele.”

Em companhia de DEUS-PAI (cf. João 14,23):

“Se alguém me ama, guardará a minha palavra e meu Pai o amará, e nós viremos a ele e nele faremos nossa morada.”

ÓRFÃOS – grego “orfanouV”: este termo aparece duas vezes no Novo Testamente:

a) em João 14,18: “Não vos deixarei ÓRFÃOS. Voltarei a vós.”

b) em Tiago 1,27: “A religião pura e sem mácula aos olhos de Deus e nosso Pai é esta: visitar os ÓRFÃOS e as viúvas nas suas aflições, e conservar-se puro da corrupção deste mundo.”

Qual o sentido encontrado na Tradição para o uso de Jesus Cristo em João 14,18?! Ou seja, por que o Mestre de Nazaré fez uso da palavra ÓRFÃOS em João 14,18?!

Exatamente porque os discípulos de um mestre eram conhecidos e considerados socialmente como filhos desse mestre.

Desta forma, acontecendo a morte física do mestre, os discípulos passavam a ser vistos e chamados de ÓRFÃOS no seio da sociedade.

Cristo Jesus chamava seus discípulos de “filhos”; “filhinhos” ou “amadas criancinhas” (cf. João 13,33):

“Filhinhos [“teknia”] meus, por um pouco apenas ainda estou convosco. Vós me haveis de procurar, mas como disse aos judeus, também vos digo agora a vós: para onde eu vou, vós não podeis ir.”

Da mesma maneira, os apóstolos – geradores de filhos para Deus, em Cristo Jesus, chamavam seus catequizandos de “filhinhos” (cf. Gálatas 4,19):

“MEUS AMADOS FILHOS [“teknia”], novamente estou sofrendo COMO QUE COM DORES DE PARTO POR VOSSA CAUSA, e isso até que Cristo seja formado em vós.”

E mais:

“FILHINHOS[“teknia”] meus, isto vos escrevo para que não pequeis. Mas, se alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo.” (1 João 2,1).

FILHINHOS = MINHAS AMADAS CRIANÇAS:

Portanto, nos contextos de Jesus, de Paulo e de João, os termos “FILHOS” ou “FILHINHOS” denotam o grande carinho e ternura que o Mestre por excelência e seus apóstolos (mestres secundários) têm por seus filhos e filhas espirituais de todas as idades. Os apóstolos são PAIS ESPIRITUAIS de seus CATEQUIZANDOS.

Jesus Cristo, como mestre maior, promete a seus filhos/discípulos que não os deixará órfãos.

E Cristo Jesus cumpre perfeitamente sua promessa de duas distintas maneiras:

a) por sua ressurreição gloriosa dentre os mortos (cf. João 20; Atos dos Apóstolos 1,3):

“E a eles se manifestou vivo depois de sua Paixão, com muitas provas, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando das coisas do Reino de Deus.” (Atos 1,3).

b) pelo envio do Espírito Santo – “O OUTRO ADVOGADO” (cf. Lucas 24,49; João 14,16-18; Atos 1,4-5.8; 2,33):

“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará (((outro Paráclito))), para que fique eternamente convosco…” (João 14,16).

“kai egw erwthsw ton patera kai (((allon paraklhton))) dwsei umin ina menh meq umwn eiV ton aiwna…” (João 14,16).

“κἀγὼ ἐρωτήσω τὸν πατέρα καὶ (((ἄλλον παράκλητον))) δώσει ὑμῖν ἵνα μεθ᾽ ὑμῶν εἰς τὸν αἰῶνα ᾖ,..” (João 14,16).

João 14,16 é uma profecia, cujo cumprimento se deu no Domingo de Pentecostes (abertura da causa da Igreja Neotestamentária aos judeus, cf. Atos 2).

“OUTRO”: “não eu, mas outra pessoa divina”.

“E comendo com eles, ordenou-lhes que não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem o cumprimento da promessa de seu Pai, que ouvistes, disse ele, da minha boca; “porque João batizou na água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo daqui há poucos dias.” (Atos 1,4-5).

Todas as vezes que o Espírito Santo é derramado sobre os filhos de Deus, Cristo Jesus retorna a nós, haja que o “OUTRO PARÁCLITO” testifica, recorda e revela O CRISTO entre nós. Sim, a ação de testificar tem como sujeito a Pessoa do Espírito Santo. O Espírito Santo nos chega como Conselheiro: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito, para que fique eternamente convosco.” (João 14,16).

Assim, pela ressurreição gloriosa de Cristo (os 40 dias que Jesus permaneceu entre os discípulos após a ressurreição: aparecendo-lhes e repassando-lhes instruções) e pelo envio do ESPÍRITO DA VERDADE no dia de PENTECOSTES (Atos 2), temos a certeza plena de que Jesus cumpriu fielmente sua promessa de que não deixaria seus discípulos (filhinhos) órfãos (João 14,18).

“Aquele que atesta estas coisas diz: Sim! Eu venho depressa! Amém. Vem, Senhor Jesus!” (Apocalipse 22,20).

Fontes: Bíblia Ave Maria; Bíblia de Jerusalém e Tradução Ecumênica da Bíblia – TEB.

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