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O Canon do Novo Testamento

O Canon do Novo Testamento

Infelizmente, por não quererem dar ouvidos a verdade, ou talvez até mesmo por preguiça e como uma forma de querer deturpar a história cristã sem provas, muitos céticos dizem que o Canon do Novo Testamento foi escolhido pelo imperador Constantino no concílio de Niceia (325 d.C), devido aos vários problemas que vinham sendo causados no império. Isso não passa de uma grande mentira que não pode ser provada. Para início de conversa, o concílio de Niceia se reuniu para tratar do arianismo, uma heresia que estava ameaçando a estabilidade da igreja na época.

Vamos aos fatos históricos:

Um herege Marcião (cerca de 140 A.D.), desenvolveu seu próprio cânon e começou a divulgá-lo. Ele estudou as escrituras e rejeitou os evangelhos e todo o Antigo Testamento, admitindo em seu Canon somente o evangelho de Lucas (ele eliminou toda a referência ao Antigo Testamento), e as cartas de Paulo, que ele também editou as referências ao AT. Muitas igrejas orientais estavam empregando nos cultos livros que eram claramente espúrios. Isso requeria uma decisão concernente ao cânon.

A igreja precisava contrabalançar essa influência decidindo qual era o verdadeiro cânon das Escrituras do Novo Testamento.

Isso mostra claramente que os documentos do NT já circulavam e as pessoas já tinham conhecimento disso já no século I e II, tanto que Marcião teve acesso a eles. O estabelecimento do Canon do NT foi apenas uma afirmação oficial da posição da igreja. Os fatos já nos dizem que, os documentos que viriam a fazer parte do que conhecemos como Novo Testamento, já circulavam pelas igrejas primitivas.

– Existem diversos fragmentos dos manuscritos evangelhos e das cartas de Paulo que são datados do século I e II.

– A epístola de Clemente de Roma aos Coríntios (95 d.C.) cita os Evangelhos, Atos, Romanos, 1 Coríntios, Efésios, Tito, Hebreus e 1 Pedro; as cartas de Inácio (115 d.C.) citam Mateus, João, Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, 1 e 2 Timóteo e Tito.

– As epístolas de Clemente, Inácio e Policarpo, datadas de 95 a 110 (ou 115) d.C., citam 25 dos 27 livros do Novo Testamento. Somente Judas e 2 João não foram citados, mas já haviam sido escritas, pois Judas era familiar de Jesus e 3 João foi escrita depois de 2 João.

– Em meados do século 2, Justino o Mártir (cujas obras abrangem o período de c. 145-163) menciona as “Memórias dos Apóstolos”, que os cristãos chamam “evangelhos”, e que eram considerados em pé de igualdade com o Antigo Testamento.

– Tertuliano (160-220 A.D.) foi presbítero da igreja em Cartago, tendo citado mais de 7.000 vezes o Novo Testamento, das quais 3.800 são citações dos Evangelhos.

– Hipólito (170-235 A.D.) faz mais de 1.300 referências ao Novo Testamento.

– Orígenes (185 – 254 A.D.). Esse dinâmico escritor fez uma compilação a partir de mais de 6.000 obras. Ele apresenta mais de 18.000 citações do Novo Testamento.

– Cipriano (falecido em 258 A.D.) foi bispo de Cartago. Ele usa aproximadamente 740 citações do Antigo Testamento e 1.030 do Novo Testamento.

– Paulo considerou os escritos de Lucas tão cheios de autoridade quanto o Velho Testamento (I Timóteo 5:18; veja também Deuteronômio 25:4 e Lucas 10:7). Pedro reconheceu os escritos de Paulo como parte das Escrituras (II Pedro 3:15-16). Alguns dos livros do Novo Testamento circulavam entre as igrejas (Colossenses 4:16; I Tessalonicenses 5:27).

– E finalmente, o Canon Muratoriano, que é o documento mais antigo que existe sobre o cânon bíblico do Novo Testamento, escrito por volta do ano 150 A.D. Os livros canônicos mencionados na lista são aproximadamente os mesmos que se consideram hoje como canônicos neo-testamentários, com algumas variações. O Cânone de Muratori aceita os quatro evangelhos, dos quais dois são o Evangelho de Lucas e o Evangelho de João, não se conhecendo os outros dois, pois falta o princípio do manuscrito, onde estariam os nomes dos dois primeiros. A lista segue com os Atos dos Apóstolos e com 13 epístolas de Paulo (não menciona a Epístola aos Hebreus).

Segundo F. F. Bruce, “os livros do Novo Testamento não se tornaram escritos revestidos de autoridade para a Igreja porque foram formalmente incluídos em uma lista canônica; pelo contrário, a Igreja incluiu-os no cânon porque já os considerava divinamente inspirados, reconhecendo neles o valor inato e, em geral, a autoridade apostólica, direta ou indireta.”

A verdade é que não foi nem no Concílio Niceno que os 27 livros do cânon Novo Testamento foram oficializados, mas no Concílio de Cartago, em 397 d.C., sem a tutela de Constantino. Só que isso não significa que já não havia uma discussão anterior sobre o assunto. A diferença é que nos primeiros concílios a Igreja não estava mais sendo perseguida, podendo reunir-se com tempo e em grupos numerosos de discussão, além disso, nesses concílios o que se fez foi apenas oficializar o conjunto dos livros neotestamentários, não significando que esses livros não tenham sido reconhecidos como canônicos separadamente antes desses grandes encontros.

A maioria da confusão sobre o concílio de Niceia e Constantino foi causada pelos livros do Dan Brown e um “documentário” chamado Zeitgest. Ninguém coerente leva isso a sério, até mesmo muitos ateus rejeitam essas teorias por não possuirem nenhum respaldo histórico, mas infelizmente muitos ainda acreditam em qualquer coisa que veem por aí. Sempre busque as melhor fontes!

Fontes:

Evidência que Exige um Veredito Vol 1 – Josh McDowell

Merece Confiança o Novo Testamento? F. F. Bruce

Um História do Pensamento Cristão – Justo Gonzalez

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