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O CRISTIANISMO E A SALVAÇÃO

O Cristianismo (…) não se afirma simplesmente como continuação da história de Israel ou como simples retomada de sua trajetória, mas como a realização das promessas anunciadas pelos profetas e como a inauguração dos tempos últimos da salvação. Cristo constitui a ação decisiva de Deus na história, ação que muda “uma vez para sempre” o sentido da condição humana e traz novidade que, a partir daí, torna-se absolutamente adquirida: ninguém poderá mais separar a união da natureza humana com a natureza divina realizada em Cristo. E ninguém mais poderá cancelar a redenção que ele já adquiriu para todos. Não é mais possível qualquer recaída. No plano objetivo, a humanidade já está irrevogavelmente salva. Resta apenas fazer todos os homens participarem daquilo que foi realizado uma vez por todas em Cristo: agora, cada homem decide o sentido de sua própria existência e de sua própria eternidade em função da acolhida ou da rejeição desse mistério de salvação operado na história. Em Cristo, tem-se o evento que introduz mudança qualitativa na história do mundo, a tal ponto definitiva que não se pode mais voltar atrás. Tudo isso impede de fazer do cristianismo uma espécie de gnose ou concepção do mundo ideal, mais ou menos fora das realidades humanas e às quais viria como que sobrepor por fora. O cristianismo não nasce de um sistema filosófico ou de um conjunto de verdades abstratas, mas de um evento, único e irrepetível, determinado e determinável no espaço e no tempo, embora absolutamente transcendente.


A fé cristã representa a afirmação de que o mistério da salvação há séculos esperado já se cumpriu em Cristo, nada mais havendo agora a esperar senão sua extensão à humanidade inteira e sua manifestação visível com a escatologia definitiva.

(Carlo Rocchetta, Os Sacramentos da fé, Paulinas, p. 34-35).

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