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O DOGMA DAS DUAS NATUREZAS E O TÍTULO DE MÃE DE DEUS




O DOGMA DAS DUAS NATUREZAS DE CRISTO

(Jesus Cristo, verdadeiro homem, verdadeiro Deus, sendo a partir desse entendimento que proclamamos o theotokos, Maria, mãe de Deus)

Após ver inúmeras vezes em círculos Protestantes a heresia Nestoriana ser ensinada, talvez eles nem saibam que negar a mãe de Deus seja uma heresia, se você deseja aprender o que é, e como se desenvolveu a doutrina da natureza humana de Jesus Cristo o verbo encarnado e, o título mãe de Deus, peço que leia esse texto e mais dois que irei postar; através de uma pergunta ontem, percebi que há uma deficiência no entendimento da doutrina do Cristo nos tempos e nas naturezas.

O futuro dogmático pertencia a uma teologia da pré-existência, de kenosis e da exaltação que, com base em passagens como Filipenses 2,6-11, estava em uma posição para afirmar a união hipostática do divino e do humano em Cristo, bem como uma distinção permanente entre o divino e o humano também após a encarnação. O termo “kenosis” foi tirado da expressão “esvaziou-se a si mesmo” dessa passagem. Pois como a teologia da união hipostática foi principalmente associada com a de Alexandria; e a teologia da habitação do Logos no íntimo do ser, com a de Antioquia; essa teologia foi associada ao pensamento do Ocidente latino. Seu porta-voz mais característico foi Hilário; seu intérprete mais criativo, Agostinho; seu defensor mais influente, Leão; sua formulação mais autoritativa apareceu no decreto da Calcedônia. Contudo, ela não era mais exclusivamente regional em sua origem que qualquer uma das outras. Do ponto de vista das outras, em especial da teologia da união hipostática, ela alcança sua clareza conceitual e sua simplicidade evangélica ao ignorar questões mais profundas da exegese bíblica, bem como da especulação cristológica; mas essa mesma qualidade era sua força como uma fórmula conciliatória unindo os adeptos de teorias antagônicas e como uma base para o desenvolvimento contínuo.

Essa cristologia, como o título “pré-existente, kenosis é exaltação” indica, teve seu ponto de partida não só da relação entre “as naturezas”, mas também da relação entre os “estados”; não só do ser de Cristo como Deus e homem, mas também da história dele. Hilário, ao identificar esses três estados na história da pessoa de Cristo, falou de seu ser só divino antes da encanação (ante hominem Deus), tanto divino e humano em sua kenosis (homo et Deus) e ainda completamente homem e completamente Deus em sua exaltação (pos hominem et Deus totus homo totus Deus) (Hilário de Poitiers sobre a Trindade 9,6). Esses estados precisavam ser claramente distinguidos. Pois “uma coisa é ele ser Deus antes de ser homem e Deus, ser perfeitamente homem e perfeitamente Deus. Assim, não confunda os tempos e as naturezas do mistério da dispensação, pois, de acordo com os atributos de suas naturezas distintas, ele tem de falar de si mesmo em relação ao mistério de sua humanidade de uma maneira antes de seu nascimento e de outra enquanto estava já para morrer e, ainda de outra, como eterno”. A teologia da habitação do Logos no íntimo do ser manifestou a tendência (ou perigo) de equiparar “tempos” e “naturezas” ao insistir que a kenosis e a exaltação se aplicavam apenas ao homem que tinha sido assumido pelo Logos; a teologia da união hipostática ameaça perder de vista os tempos e talvez, por sua preocupação com as questões ontológicas levantadas pela união entre as duas naturezas, até mesmo construir a monstruosidade de uma natureza humana pré-existente. Mas essa era uma teologia em que tanto os tempos quanto as naturezas pertenciam ao “mistério da dispensação” e ambos tinham recebido seu tributo. A relação entre as duas naturezas não podia ser especificada sem dar atenção aos três tempos. As predições bíblicas tinham de ser escolhidas não só com base na distinção entre as duas naturezas, como a teologia da habitação do Logos no íntimo do ser enfatizava, com base na distinção das duas naturezas, mas também como base na história de uma pessoa, Jesus Cristo, em sua pré-existência, kenosis e exaltação.

Essa teologia, ao tentar pôr isso de ambas as maneiras, ligou “uma doutrina estática de duas naturezas com uma soteriologia dinâmica” (Grillmeier [1963], p. 467). Sua soteriologia subjacente exigia que Cristo, como Salvador, fosse tanto divino quanto humano para que pudesse efetuar a mudança entre ele mesmo e o pecador pelo qual assumiu os pecados do mundo e o pecador se tornou santo. A kenosis de Cristo estabelece uma nova aliança entre Deus e o homem (Ambrósio de Milão exposição de salmo 118.14.46). Ele, por meio de sua humilhação, ensinou humildemente aos homens para que eles pudessem ser exaltados com ele (Ambrósio de Milão sobre a fé 3.7.52). “Fomos levantados porque ele foi rebaixado; a vergonha para ele era a glória para nós. Ele, sendo Deus, fez da carne sua residência e, em troca, somos levantados mais uma vez da carne de Deus (Hilário de Poitiers sobre a trindade 2.25 ). A cruz de Cristo era o mistério da salvação por meio do qual o poder de Deus alcançou seu propósito redentor e também foi um exemplo por intermédio do qual os homens foram estimulados à humildade (Leão Magno Sermões 72.1). “Ele, por meio de uma maravilhosa mudança, entrou em uma barganha de salvação, tomando sobre si mesmo o que era nosso e garantindo o que era dele” (Leão Magno Sermões 54.4). A maioria das metáforas de expiação transmitidas pela tradição também aparecia em sua teologia, com frequência em combinação, como mas palavras de Agostinho sobre sua mãe: “Ela sabia que, [no altar], o santo sacrifício foi dispensado apagamento da escrita que existia contra nós; e esse inimigo vencido que, quando ele reformulou nossas ofensas e pesquisou alguma coisa para levantar contra nós, não conseguiu encontrar nada nele, naquele em quem conquistamos” (Agostinho Confissões 9.13.36). Em declarações como essa, a relação entre a imitação da humanidade de Cristo, o sacrifício do sangue de Cristo, a vitória dele sobre os inimigos da humanidade, o resgate pago a Deus ou ao demônio e as outras várias formas de descrever a realização da salvação não foram trabalhadas com muita precisão. No entanto, ficou claro que se entendia que cada um exigia uma cristologia de pré-existência, de kenosis e de exaltação, uma cristologia de duas naturezas em uma pessoa.

O DOGMA DAS DUAS NATUREZAS DE CRISTO

(Jesus Cristo, verdadeiro homem, verdadeiro Deus, sendo a partir desse entendimento que proclamamos o theotokos, Maria, mãe de Deus)

Leão, explorando essa tradição( dos tempos e naturezas), concluiu que a kenosis ou “esvaziamento” de Filipenses 2.7 tinha de ser interpretado como “o se inclinar da compaixão, e não como falta de poder”. Assim, “embora a distinção das duas naturezas e substâncias seja preservada e ambas se encontrem em uma pessoa A humildade é assumida pela majestade; a fraqueza, pelo poder; a mortalidade, pela eternidade”. Uma humanidade passiva se juntou a uma divindade impassível para que Cristo pudesse “a partir de um elemento conseguir morrer e a partir de outro ser incapaz de morrer” (Leão magno o grande, Tomé 3). Esse era o sentido das histórias dos Evangelhos, todas elas, tanto as evidências de kenosis quanto as provas de poder divino continuo, tinham de ser explicadas em uma doutrina cristológica: tanto a humildade das faixas e a glória do cântico dos Anjos; tanto a vulnerabilidade diante de Herodes quanto adoração dos magos; tanto “o ser trespassado com pregos quanto o abrir as portas do paraíso graças a fé do ladrão” na Cruz (Leão Magno , Tomo 4; Leão Magno o sermões 55.3). E assim “o ritmo de sua língua balançar como um pêndulo indo do lado Divino para o lado humano; da transcendência de Deus para a imanência de nossa história terrena. O último tem de ser observado. Leão, a despeito de toda sua predileção pelo tratamento estático da natureza de Cristo correspondendo a doutrina das duas naturezas, mostra uma vez após a outra seu amor por uma abordagem histórica da salvação” (Grillmeier 1965 página 466). Ele lidou tanto com os”tempos” quanto com as “naturezas” em sua exposição do ministério da dispensação.

Quando essa cristologia da pré-existência, da kenosis e da exaltação foi dirigida para o conflito sobre a relação entre as duas naturezas, ela manifestou determinada afinidade com a teologia da União hipostática. ela parecia ter ainda mais afinidades com a teologia da Habitação do Logos No íntimo do ser; isso se deve em parte a intervenção de Leão no conflito a fim de condenar o que ele entende a ser o extremo eutiquiano da doutrina da União hipostática. Tirada da arena dessa controvérsia, a verdadeira relação doutrinal entre a teologia da União hipostática, a teologia da Habitação do Logos, e a teologia da pré-existência, da kenosis e da exaltação talvez possam ser vistas com mais clareza. A congenialidade da terceira posição com a segunda estava evidente. Pretendia-se que ambas preservassem “a distinção de ambas a natureza” (Leão Magno, Tomé 3) e substâncias e protegessem a natureza divina imutável tal contaminação pelas vicissitudes que aconteceram à natureza humana. Portanto, “cada forma” faz os atos apropriados a ela em comunhão com a outra, o Logos, ou seja, realizando o que é apropriada ela, e a carne pôs em prática o que é apropriado a carne” (Leão Magno Tomé 4). É compreensível que os Defensores da Teologia da Habitação do Logos no íntimo do ser entendam essa posição como uma vindicação deles mesmo. Contudo, quando suas nuanças condicionadas de forma polêmica são subtraídas dela, considera-se que essa teologia manifesta uma preocupação com a unicidade de Jesus Cristo em sua pessoa e atos salvíficos que as separam da Teologia da Habitação do Logos no íntimo do ser não menos que sua ênfase na distinção das naturezas separa-a da Teologia da União hipostática. Pois foi ninguém mais que o senhor da glória que foi crucificado, conforme afirmado em 1Coríntios 2.8 (Leão Magno Tomé 5). E em virtude da relação entre o Divino e o humano nele, não importa “de acordo com que substância se fala de Cristo” (Leão Magno, epístolas 124.7) Além disso, Maria era theotokos, pois ela era a mãe do único Cristo que era tanto Deus quanto homem (Leão Magno, epístolas 124.2).

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