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O INVESTIMENTO INTERNACIONAL PARA O CRESCIMENTO DAS SEITAS RELATÓRIO ROCKFELLER

O INVESTIMENTO INTERNACIONAL PARA O CRESCIMENTO DAS SEITAS

RELATÓRIO ROCKFELLER

Nos últimos dias vimos a Pontifícia Academia das Ciências acolher oficialmente pela primeira vez na história do Vaticano a Fundação Rockefeller, em uma parceria para um evento ocorrido entre 11 e 12 de novembro de 2019, isto é bem estranho, pois a fundação Rockfeller sempre foi inimiga declarada da Igreja, vamos ver isso através do relatório Rockfeller. A prevenção da política externa dos Estados Unidos contra a Igreja Católica e as tentativas para reduzir-lhe a influência na América Latina são antigas. A bem da verdade, essa prevenção é recíproca e remonta aos tempos em que o colonialismo espanhol, sustentado por aquela, estendia seus domínios à vastidão de terras ao Sul do Rio Nusces e o protestantismo dos imigrantes ingleses expandiam-se para todo o Oeste, a partir das colônias implantadas na Nova Inglaterra. Mas eram adversários cordiais, respeitavam-se.

“Mais tarde, estoura a guerra México-Estados Unidos (18461848) e os americanos, os vitoriosos, anexam os territórios do Texas, Novo México, Califórnia, Chihuahua, Ceamila e Tamonhipes. A animosidade contra a Igreja Católica, que tomou partido ao lado do México, fica, então, mais patente, alimentada sempre por um antagonismo que ganha, agora, nova dimensão com as disputas ideológicas que dividem o mundo. Nas últimas décadas, Estados Unidos e Igreja Católica da América Latina percorreram, curiosamente, o inverso da trajetória política do passado, ou seja, enquanto os Estados Unidos marcham acelerados rumo ao conservadorismo, a Igreja Católica da América Latina alinha-se numa postura mais liberal, mais progressista. Antes, era o contrário. Trocam-se, portanto, as posições, mudam-se os papéis.”

As relações entre o governo dos Estados Unidos e a Igreja Católica da América Latina começaram, no entanto, a tomar um caminho irreversível de deterioração, a partir do momento em que o Departamento do Estado americano adotou procedimentos por demais ostensivos na manifestação de sua desconfiança quanto ao que considerava dever de lealdade da liderança dos católicos latinos para com a preservação da democracia nos Países onde tem hegemonia. A primeira atitude dessa natureza consistiu no estardalhaço que cercou a divulgação de um documento oficial, vazado em linguagem sinuosa, mas expressando de forma inequívoca a suspeita de um comportamento que não era do agrado americano. É o Relatório Rockefeller, elaborado em agosto de 1969 por uma enorme equipe comandada por Nelson A. Rockefeller, então governador do Estado de Nova York, por solicitação pessoal do presidente Nixon, que o utilizaria como subsídio à formulação do seu plano de governo para a América Latina.

“Apresentando o documento à opinião pública americana, Ted Szulc, do jornal “The New York Times”, escreve longa “introdução” em que observa que, na análise de Rockefeller sobre a ‘qualidade de Vida na América”, é amplamente visível que as forças tradicionais que suportam o velho status da América Latina \ lgreja Católica Romana e os militares – estão se voltando na direção de atitudes progressistas. À primeira vista – escreve Szulc –, os Estados Unidos consideram isso um fenômeno positivo, Mas, na prática, esse novo estado de coisas está criando um duro dilema para os americanos, e o Sr. Rockefeller está a par desses acontecimentos. Observa, mais, que a Igreja, como ele (Rockefeller) reconheceu, está incentivando agora reformas positivas. Porém, como mostraram os recentes pronunciamentos dos homens da Igreja na América Latina, o jovem clero, os padres-Operários e a politica católica ativa de esquerda não estão permitindo aos Estados Unidos verem muito mais erros na vida da América Latina. O típico da Igreja conclui Szulc é, então, tornar-se um canal adicional a um nacionalismo intenso e, compulsoriamente, ao anti-americanismo.

O Relatório Rockefeller propriamente dito, sempre com a mesma linguagem sinuosa, tem uma ótica original da sociologia da América Latina. O titulo “A cruz e a espada”, por exemplo. começa dizendo que, conquanto ainda não seja largamente reconhecido, o conjunto militar – Igreja Católica encontra-se entre as forças de hoje com o objetivo de alcançar a mutação política e social nas outras repúblicas americanas. Isto é, para ambos, uma nova atribuição. É fato histórico que, há mais de 400 anos, a ação dos militares e da Igreja Católica, agindo em comum com os senhores de terra para garantir a “estabilidade”, tem constituído uma das tradições nas Américas. Depois, procura mostrar o oportunismo que representa esse comportamento:

“Poucos imaginam a extensão do contraste que ambas essas instituições estão fazendo com o seu passado. Encontram-se factualmente ganhando a dianteira como forças para a social. econômica e politica. No caso da Igreja. trata-se do reconhecimento de uma necessidade de maior aceitação da vontade popular. Quanto aos militares. é o reflexo de uma ampliação das oportunidades para os jovens, a despeito de seus antecedentes familiares.” Essa tendência dos anos 70/80, que conhecemos como teologia da libertação, que tem claramente uma influência comunista, foi o que despertou nos EUA o desejo de investimento nas seitas protestantes para uma mudança de comportamento social. Na atualidade vemos uma atuação dos leigos contra as duas atuações, tanto a neo-conservadora americana, quanto a comunista do clero que foi infectado por essa ideologia, está nascendo um conservadorismo tipicamente católico nós últimos últimos.

O Relatório Rockefeller, a seguir, assinala que os modernos meios de comunicação e a mais disseminada educação têm causado um impulso popular de tremendo impacto na Igreja Católica. tornando-a uma força dedicada à mutação – mesmo revolucionária -, se for necessário. Aí, externa toda a sua desconfiança:

“Atualmente, a Igreja pode se encontrar, de certa forma, na mesma situação dos moços – com profundo idealismo, mas, como resultado, em alguns casos, vulnerável à penetração subversiva; pronta para fazer até a revolução, se preciso, para por cobro a injustiças, mas não certa nem quanto à finalidade da própria revolução, nem quanto ao sistema governamental através do qual alcançará a justiça almejada.”

A animosidade não se esgotou, porém, com a ruidosa divulgação do Relatório Rockefeller. Com efeito, em maio de 1980, os americanos voltam à carga contra a Igreja Católica da América Latina, dessa vez publicando um informe produzido pelo grupo de trabalho denominado “Comité de Santa Fé” para o Conselho Para Segurança Inter-americana com sede em Washington, intitulado “Uma nova politica inter-americana para os anos 80”. O Relatório de Santa Fé, como ficou conhecido, no capítulo em que trata da subversão interna, entre outras medidas sugeridas ao governo dos Estados Unidos com a finalidade de conter a expansão comunista na América Latina, recomenda, na Proposição n° 2 «Parte 2 -, que “a formulação da política americana deve isolar-se da propaganda originária da mídia geral e especializada que é inspirada por forças explicitamente hostis aos Estados Unidos”.

O Relatório de Santa Fé entende que a cobertura da realidade politica da América Latina pela mídia americana é inadequada e demonstra ser fortemente tendenciosa, favorecendo patrocinadores da transformação sócio-econômicas radical dos países menos desenvolvidos, em conjunto com linhas coletivistas. Segundo o informe, reforma e desenvolvimento são sempre indistintos da revolução comunista e pouca atenção da imprensa é dedicada às diferenças geofísicas e sociológicas peculiares entre a Guatemala, por exemplo, e a Costa Rica, ou entre Argentina e Peru. Isso resulta no encorajamento de uma concepção errônea de que as únicas alternativas são oligarquias, regimes autoritários que professam o anti-americanismo e alguma forma de populismo de esquerda ou socialismo. Afirma ainda que ativistas utilizam-se da superficialidade do conhecimento sobre determinados países. dos conceitos errôneos sobre suas reais alternativas politica econômicas, alimentando uma corrente constante de desinformação que denigre os amigos e glorifica os inimigos. E aponta o que julga relevante: “A manipulação da informação através de grupos afiliados a Igreja e outros assim chamados lobbies de direitos humanos tem desempenhado um crescente importante papel na deposição dos governos autoritários, porém pró-Estados Unidos, substituindo-os por ditaduras comunistas ou pró-comunistas, anti-Estados-Unidos, de caráter totalitário.” Na Proposição n.° 3 Parte 2 -, é sugerido que “a política externa americana deve começar a opor-se (não reagir contra) à teologia da libertação da forma como é utilizada na América Latina pelo clero da ‘Teologia da Libertação’ ”, o que é justificado com uma advertência bastante temerária: “O papel da Igreja na América Latina é vital para o conceito de liberdade política. Infelizmente, forças marxistas-leninistas têm-se utilizado da Igreja como arma politica contra a propriedade privada e o capitalismo produtivo, infiltrando na comunidade religiosa idéias que são menos cristãs do que comunistas

O REVERSO DA MEDALHA

Toda a hierarquia da Igreja Católica da América Latina, ainda sem compreender as infundadas suspeitas manifestadas pelo Relatório Rockefeller, viu com tristeza maior que o Relatório de Santa Fé, 10 anos depois, não só reafirmava, como tomava mais enfáticas as desconfianças americanas. A Igreja Católica considerou profundamente injustas as conclusões a que chegaram os dois documentos encampados pelo governo dos Estados Unidos e lembrou, com energia. qual, mais do que força das armas, tem sido o papel da cruz empunhada pelos católicos latinos na contenção da expansão comunista no continente americano. Não aceitava, absolutamente. ser submetida A investigação ou ver seus atos julgados por grupos de trabalho estranhos a Igreja. Era uma atitude desrespeitosa, insólita mesmo, que repelia com toda a firmeza.

A consequência desses episódios foi o inicio de estudos sistematizados pela Igreja Católica, com a finalidade de estabelecer a exata medida do comprometimento de organismos estrangeiros na já notória proliferação de seitas na América Latina e conhecer as implicações de natureza política acarretadas pela invasão dos credos exóticos. Um relatório volumoso, publicado em Bogotá, na Colômbia, a 25 de maio de 1984, sob a responsabilidade do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM), baseado em pesquisa por sua seção de Ecumenismo (SECUM), revelou então que a atividade desenvolvida pelas seitas na América Latina representa um enorme desafio para o trabalho pastoral da Igreja. Isto porque os métodos e as estratégias adotadas pelas mesmas têm sido eficazes para responder a certos aspectos pastorais em relação aos quais a Igreja Católica se descuidou ou não cobriu plenamente. Seu êxito se explica, principalmente, pelo fato de ter uma resposta apropriada para as necessidades de mudança e renovação exigidas pela sociedade latino-americana.

O informe do CELAM, intitulado ‘ ‘ A realidade do avanço das seitas”, responsabilizou as seitas por uma tendência generalizada para apresentar a sociedade como decadente e de atribuir essa crise à Igreja Católica, que estaria, assim, excluída da edificação de uma sociedade nova. A agressão contra a Igreja concentra-se na pessoa do Papa, dos bispos e dos sacerdotes, realçando seus defeitos e apontando-os como agentes do mal, necessitados de conversão. A Igreja, em outras palavras, seria a grande rameira que personificaria todo o mal. Através desse expediente, canalizam-se todos os rancores e ressentimentos contra a lgreja Católica. Assim, como opção única, oferece-se aos católicos a Oportunidade de desligarem-se das “complicadas estruturas eclesiais” para ingressar em uma igreja mais “à mão”, que lhes fale numa linguagem popular baseada em palavras da bíblia, diferente da estereotipada e incompreensível como a da sua. Nessa comunidade ideal e com essa mensagem que chega ao coração e 2‘: meme encontra-se o novo equilíbrio pessoal, a plenitude, uma grande paz, e se sente de modo palpável trabalhar “apenas a graça divina.”

Em resposta, o informe do CELAM acusa diretamente Os grupos de direita de reagirem contra os esforços de promoção humana e de conscientização social da América Latina, dizendo que eles dão ênfase à “conversão pessoal”, sem considerar as “estruturas coletivas”, numa recusa sistemática da realidade objetiva da luta de classes, só esperando um “milagre do Altíssimo para resolver o problema dos explorados”. Essa ideologia evidência apenas o interesse por uma vida fraterno-sectarista que evita encarar os conflitos sócio-políticos. Segundo o CELAM, as seitas que mais claramente manifestam uma politica de direita são as pentecostalistas o grupo mais numeroso na América Latina – e a Igreja da Unificação do Cristianismo Mundial – a seita Moon -, que professa abertamente o anticomunismo. O documento, a seguir, aponta o envolvimento pessoal do presidente dos Estados Unidos:

“A expansão das seitas nas últimas décadas, acompanhada de uma extraordinária proliferação denominacional, é uma prova Clara de sua penetração e também de sua influência política. Um aspecto notável nessa relação entre os movimentos sectários e a política é o agrupamento em tomo das tendências que surgem no interior dessas organizações evangélicas: uma corrente de esquerda e outra de direita. No caso dos movimentos de direita observa-se um apoio ao trabalho das comunidades evangélicas e agrupamentos internacionais em países do Caribe, Centro e Sul-América. Isto é consequente da politica norte-americana do Presidente Reagan, que promulga o apoio is campanhas missionarias em beneficio de seu governo.”

Ao analisar as implicações e efeitos dessa situação, o informe do CELAM observa que a polarização politica das seitas repercute fortemente sobre a vida da América Latina e também da Igreja Católica, porque sua influência esta mudando a vivência religiosa tanto a nível urbano quanto rural. Tal afirmação pode ser comprovada ao se constatar as inúmeras conversões ao pentecostalismo, Testemunhas de Jeová, Mórmons, entre outras, e observando-se, também, o trabalho incansável de seus missionários. Essa verdadeira migração religiosa demonstra que o povo espera e busca uma solução sacral, ou seja, de natureza religiosa para seus problemas fundamentais.

A polarização das seitas afeta profundamente os movimentos de direita e de esquerda e o aspecto religioso é visto envolvido na luta violenta entre a repressão e a guerrilha. Afirma o relatório que a direita religiosa chega a manipular recursos superiores aos da própria Agência Central de Inteligência (CIA) em algumas áreas, como na Guatemala.

De fato, naquele pais as seitas religiosas têm sido, para o exército e o governo em sua guerra contra a guerrilha, tão imprescindíveis quanto as armas automáticas e os helicópteros americanos. E praticamente igual a ajuda das seitas e auxílio militar que provém direta ou indiretamente dos Estados Unidos em apoio aos governos militares direitistas e com o objetivo de acabar com o comunismo na Guatemala. Defensores da presença norte-americana na nação guatemalteca importam dinheiro, política, valores e um esquema religioso pré-fabricado pelas seitas fundamentalistas e proclamam, ali, a união do exército, religião e governo na luta contra a guerrilha. As seitas constituem uma eficaz arma contra- revolucionária e são responsáveis pelos massacres e extermínios, justificados com a bíblia na mão da ditadura e a “pacificação” como obra de Deus.

Jancsó István, A construção dos estados nacionais na América latina, MONTEIRO DE LIMA, Delcio, os demônios descem do Norte;, Arcebispo Thomas Roberts, O futuro do Cristian Católico

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