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PRIMEIRA PARTE DEFESA DA AUTORIDADE DA IGREJA (ministros Protestantes não tem autoridade para miss

PRIMEIRA PARTE

DEFESA DA AUTORIDADE DA IGREJA

Capítulo 1

Razão nº 1: Da Missão – se os ministros não possuem missão, então carecem da autoridade que é uma consequência dela

Artigo 1º – Os ministros [protestantes] não possuem missão nem do povo e nem dos príncipes seculares

Em primeiro lugar, senhores, vossos antecessores e vós mesmos cometestes uma falta imperdoável quando prestastes ouvidos aos que se encontravam separados da Igreja, pois não eram elas pessoas idôneas para pregar.

Os tais – segundo diziam – traziam a voz de Deus contra a Igreja e se orgulhavam de serem portadores da carta de divórcio expedida pelo Filho de Deus contra a Igreja, sua antiga Esposa, para contrair um novo casamento com essa jovem assembleia refeita e reformada. Porém, como pudestes dar crédito tão rapidamente a tais novidades sem pedirdes àqueles que as traziam os diplomas autênticos de seu cargo e comissão? Como pudestes desde logo não mais reconhecer esta Rainha (=a Igreja Católica) por vossa soberana e começastes a berrar por todas as partes que ela era adúltera?

Eles correram daqui para lá semeando essas novidades; mas quem os havia encarregado de que assim o fizessem?* Ninguém pode se alistar no exército de nenhum capitão sem a aprovação do príncipe em cujos domínios se encontra; como, pois, os encontrastes tão rapidamente dispostos a vos alistar sob as bandeiras destes primeiros ministros [protestantes], sem saber se os vossos Pastores [católicos], que aí [nesse território] se encontravam, o aprovariam, ainda sabendo – como sabíeis muito bem – que isso vos desligaria do estado em que nascestes e fostes nutridos? Portanto, é imperdoável que eles tenham feito esta ação sem a autorização do magistrado espiritual, assim como também é imperdoável que vós os tenhais seguido.

Já entendestes o ponto ao qual me dirigo: à falta de missão e vocação de Lutero, Zwínglio, Calvino e outros, pois é coisa certa que aquele que quer ensinar e ser pastor na Igreja deve ter sido enviado. Segundo São Paulo: “Como pregarão se não foram enviados?” (Romanos 10,15); e Jeremias: “Os profetas profetizam falsamente; Eu não os enviei” (Jeremias 14,14); e, em outro lugar: “Eu não os enviei, mas eles percorrem” (Jeremias 23,21). A missão é, portanto, necessária e não o negareis, se é que não sabeis algo mais que os vossos mestres.

Entretanto, já vos vejo vir contra mim em três grupos [diferentes], já que alguns dos vossos [ministros] dirão que tiveram missão e vocação do povo e do magistrado secular e temporal; outros dirão que o tiveram da Igreja – mas como poderia ser isto? -, pois dizem que Lutero, Ecolompádio, Bucero, Zwínglio e outros eram sacerdotes da Igreja, tais como os demais [sacerdotes católicos]; e os outros, enfim, dirão – e estes são os mais hábeis! – que foram extraordinariamente enviados por Deus.

Examinemos o que dizem os primeiros: como creremos que o povo e os príncipes seculares chamaram Calvino, Bucero e Lutero para ensinar uma doutrina que jamais tinham ouvido? E antes, quando começaram a pregar e semear essa doutrina, quem os tinha dado a tarefa de o fazer? Vós dizeis que o povo devoto os chamou, porém, qual povo? Pois ou esse povo era católico ou não era; e se não era católico, como os teria chamado e enviado para pregar aquilo em que [este povo] não cria? E se esta vocação procedia de uma parte insignificante do povo separada da Igreja, como poderia contrarrestar o resto do povo, que a isso se opunha? E como uma parte do povo lhes daria autoridade sobre a outra parte, a fim de que fossem de povoado em povoado dissuadir as almas, tantas quanto podiam, da antiga obediência, já que um povo não pode dar autoridade além de sobre si mesmo? Logo, seria necessário que não pregassem senão ali [naquele povoado] onde eram chamados; contudo, se assim fosse feito, não teriam obtido tanto.

E mais: quando Lutero começou, quem o tinha chamado? Porque, não havendo ainda um povo que pensasse nas opiniões que ele sustentava, não haveria como chamá-lo para pregá-las. E se esse povo não era católico, o que era então? Luterano? Certamente que não, já que [Lutero] foi quem falou pela primeira vez. O que era então? Responda quem puder!

Com efeito, quem deu autoridade aos primeiros [reformadores] para congregar povos e levantar exércitos e bandos separatistas? Não foram os povos, porque estes ainda não estavam congregados [como protestantes]. Mas não seria querer bagunçar tudo, permitindo que cada um dissesse o que melhor lhe convinha? Porque, com esse sistema, cada um poderia ser enviado, já que não há louco que não encontre companhia; e disto dão testemunho: triteístas, anabatistas, libertinos e adamitas.

Há, assim, necessidade de se regressar à Escritura, na qual não se encontra jamais que os povos tenham o poder de dar pastores e pregadores para si mesmos.

*Ver posteriormente o Capítulo 1, Artigo 4º.

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