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SANTA INÊS

Santa Inês

Inês [Agnes] vende agnus, “Cordeiro”, porque ela foi doce e humilde como um Cordeiro. Ou vem do grego agnos, “piedoso”, pois foi cheia de Piedade e de misericórdia. Ou vem de agnoscendo, “conhecendo”, porque conheceu o caminho da verdade. Segundo Santo Agostinho, a verdade opõe-se à vaidade, à falsidade, e à irresolução, três vícios que por suas virtudes Santa Inês soube evitar.

Inês, viagem de elevadíssima prudência, com a idade de 13 anos sofreu a morte e ganhou a vida, segundo testemunho de Ambrósio, que escreveu seu martírio. Contando-se apenas seus anos, era uma criança, mas madura de espírito; de corpo ela jovem, mas de alma era dela . E, de rosto era dela, porém mais dela ainda por sua fé.

Um dia, ao voltar da escola, encontrou o filho do prefeito, que ficou apaixonado por ela. Ele prometeu pedrarias e riqueza imensas se casasse com ele ponto Inês respondeu ler: “afaste-se de mim, lar de pecado, alimento de crime, pacto de morte, pois já estou prometida a outro Amado”. E começou a fazer um elogio desse amante, desse esposo, que tinha as cinco qualidades exigidas pelas esposas dos pontos nobreza de raça, beleza deslumbrante e, abundância de riquezas, coragem e força, amor verdadeiro. E explicou:

Amo alguém que é muito mais nobre e de melhor linhagem que você. A mãe dele é virgem, seu pai gerou-o sem mulher, tem anjos por servidores; sua beleza é admirada pelo sol e pela lua, suas riquezas nunca diminuem, são inesgotáveis. As emanações de sua pessoa ressuscitam os mortos, seu toque fortalece os enfermos. Quando o amo sou casta, quando me aproximo dele sou pura, quando o abraço sou virgem. Diga-me, você conhece alguém de generosidade mas eminente, de força mais forte, e aspectos mais belo, de amor mais suave e mais cheio de graça?

Em seguida, ela descreveu os cinco benefícios que seu esposo concedia a ela e as suas outras esposas: que ele se compromete com o anel da fé, veste-as e enfeita-as com uma variedade infinita de virtudes, marca-as com o sangue da sua paixão, prende-as pelo laço do amor e enriquece-as com tesouros da glória Celeste. e acrescentou: “aquele que se comprometeu comigo pelo anel que pôs em minha mão direita, rodeou meu pescoço de pedras preciosas, vestiu-me com um manto tecido de ouro, adornou-me com prodigiosas quantidade de joias, imprimiu um sinal é meu rosto para que eu não tome nenhum outro amante que não ele embelezou meu rosto com sangue do seu. Seus castos abraços Já me estreitaram, seu corpo já se uniu ao meu, ele me mostrou tesouros incomparáveis que prometeu me dar se eu lhe for fiel para sempre “.

Ao ouvir isso o rapaz ficou fora de si, adoeceu de amor, passou a soltar longo suspiros. Seu pai fez a jovem virgem ficar sabendo disso e ao ouvi-la garantir que não podia violar a aliança jurada a seu primeiro esposo, o prefeito procurou saber quem era esse esposo que Inês se gabava de ter. Alguém lhe assegurou que o esposo de que ela falava era Cristo, e então o prefeito que dissuadi-la, primeiro por doces palavras, depois pelo temor. Então Inês disse: ” o que você quiser fazer, faça, mas não poderá conseguir o que exige“. E ria tanto de suas lisonjas quanto de suas ameaças. O prefeito disse-lhe: “escolha entre duas coisas, se sua virgindade lhe é cara, sacrifique à deusa Vesta que junte-se às suas virgens, ou então assuma o ofício de Meretriz”. Ora, como Inês era Nobre, ele não podia condená-la assim, por isso alegou contra ela sua qualidade de cristão. Mas Inês respondeu: “não sacrificarei aos seus deuses, como tampouco serei maculada pelas ações infames de quem quer que seja, porque tenho como guardião de Meu corpo um anjo do Senhor “.

O prefeito ordenou então que a despissem e a levassem nua ao lupanar. Mas o senhor tornou seus cabelos tão espessos que ela ficou mais bem coberta por eles do que por sua roupa. E quando entrou naquele lugar infame, encontrou um anjo do Senhor que a esperava e que encheu o quarto de uma claridade extraordinária, ao mesmo tempo que a cobria com uma túnica de resplandecente brancura. O lugar de prostituição tornou-se assim um lugar de oração, e todo homem saía de lá mais puro do que entrava, graças a essa luz imensa que revestia a todos. Ora, o filho do prefeito foi ao lupanar com outros jovens e instou-os a entrar primeiro. Mal lá puseram os pés, saíram cheios de compunção, assustados com o milagre. Ele o chamou de miseráveis e entrou furioso, mas quando quis se aproximar de Inês, a luz precipitou-se sobre ele, e como não tinha prestado homenagem a Deus, foi estrangulado pelo diabo e expirou.

Diante dessa notícia, o prefeito foi em prantos encontrar Inês e colher informações precisas sobre a causa da morte de seu filho. Inês disse: “aquele cujas vontades ele queria executar apossou-se dele e o matou, enquanto seus companheiros, impressionados pelo milagre que viram, saíram sem sentir mal algum”. Disse o prefeito: “saberemos que você não usou de artes mágicas se puder ressuscitá-lo”. Inês pôs-se a orar, o rapaz ressuscitou e pregou publicamente a fé em Cristo. Em razão disso, os sacerdotes dos templos excitavam o povo gritando: “levem essa maga, levem essa malfeitora que transforma os espíritos e perde os corações”. O prefeito, tendo visto aquele milagre, quis libertá-la, mas temendo a proscrição confiou-a a seu suplente e retirou-se triste por não poder salvá-la. O suplente, que se chamava Aspásio, mandou jogá-la numa grande fogueira, mas a chama, dividindo-se em duas, queimou o povo que estava em volta, sem atingir Inês. Aspásio mandou então enfiar uma espada na garganta dela. Foi assim que Cristo, seu esposo fulgurante de brancura e de vermelhidão, sangrou-a sua esposa e sua Mártir. Crê-se que ela sofreu no tempo de Constantino, o grande, que subiu ao trono no ano 309 do Senhor. Enquanto os cristãos e seus pais prestavam-lhe a última homenagem com alegria, os pagãos cobriam-nos de pedradas.

Emerenciana, sua irmã de leite, virgem cheia de santidade apesar de ainda catecúmena, estava ao lado do sepulcro de Inês debatendo com energia com os gentios, quando foi lapidada por eles. Imediatamente ocorreu um terremoto, surgiram relâmpagos e raios que mataram muitos pagãos. Os sobreviventes deixaram de incomodar os cristãos que queriam ir até o túmulo da virgem. O corpo de Emerenciana foi inumado ao lado do de Santa Inês. Oito dias depois, quando seus pais velavam junto ao túmulo, viram um coro de virgens em brilhantes trajes Dourados, e no meio delas reconheceram a bem-aventurada Inês, também ricamente vestida, e a sua direita encontrava-se um Cordeiro mais deslumbrante ainda. Ela lhes disse: “não chore minha morte, ao contrário, rejubilem-se comigo e felicitem-me por eu ocupar um trono de luz com todas as que aqui estão “. Em lembrança dessa aparição, é que há uma segunda festa de Santa Inês.

Constância, filha de Constantino, estava coberta por uma lepra pavorosa, e quando soube dessa aparição foi ao túmulo de Inês, onde após ter rezado por muito tempo e adormecido, viu a beata, que lhe disse: “Constância, age com Constância; logo que você acreditar em Cristo será curada”. A essas palavras ela acordou, encontrando-se perfeitamente sadia. Recebeu então o batismo e ergueu uma basílica sobre o corpo de Santa Inês, onde viveu na virgindade e reuniu à sua volta uma multidão de virgens que seguiram seu exemplo.

Eis o que diz Ambrósio daquela virgem em seu livro a virgindade

Anciãos, rapazes, crianças, cantem todos a ela. Ninguém é mais louvável do que aquele que pode ser louvado por todos. Tantas são as pessoas, tantos são seus elogios. Todos exaltam essa mártir. Admirem todos como ela foi capaz de prestar testemunho de Deus quando ainda não podia ser senhora de si em razão de sua idade. Ela comportou-se de maneira a receber de Deus o quê um homem não lhe teria confiado, porque o que está acima da natureza é obra do autor da natureza. com ela começou um novo gênero de martírio, pois ainda não estava preparada para o sofrimento e já estava madura para o triunfo. Ela mal podia combater e já era digna da coroa da Vitória. Não estava na idade do juízo mas era mestra em virtude. Nenhuma esposa teria dirigido seus passos para o leito do esposo de maneira como fez essa virgem, que se apresentou para os suplícios feliz.

O mesmo Ambrósio diz: “Ao desprezar as vantagens de um Nascimento ilustre, a bem-aventurada Inês mereceu os esplendores do céu; ao menosprezar o que é objeto do desejo dos homens, casou-se com o rei eterno; ao receber uma morte preciosa por aceitar Cristo, mereceu unir-se a ele “.

De Varazze, Jacopo, Arcebispo de Gênova, 1229-1298, Legenda Áurea — São Paulo: companhia das Letras, 2003.

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