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UMA MULHER FORTE

UMA MULHER FORTE

• Já foi mencionado que os primeiros cristãos procuraram nas Escrituras judaicas, especificamente nos primeiros Capítulos do Gênesis, as profecias que mais tarde se cumpririam nos Evangelhos. O mais notável exemplo — suficientemente extraordinário para acabar recebendo o nome de primeiro evangelho, ou proto-evangelho — foi a promessa de Deus após a queda de Adão e Eva, “porei hostilidade entre ti e a mulher, entre tua linhagem e a linhagem dela. Ela te esmagará a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar.” Ireneu de Lyon, nos seus escritos da segunda metade do século II, explicou detalhadamente esse texto para provar que Jesus era o filho de Deus e semente da mulher que, como segundo Adão, resistir à tentação do tentador, vencendo onde o primeiro Adão fora vencido, aqui na cruz Ele foi ferido pela serpente, mas que é esmagada no processo (Ireneu contra as Heresias V, XXI, 1-3), com base nos melhores manuscritos, há um consenso geral, entre os conhecedores modernos do texto da vulgata, de que Jerônimo, um dos poucos estudiosos dos primeiros séculos da história cristã que conhecia profundamente o hebraico, grego e latim, traduziu essa frase dando o mesmo sentido da versão recém citada. Mas em algum ponto na tradição Latina, talvez pelo sentimento religioso, o neutro ipsum foi substituído pelo feminino ipsa: o que é demonstrado nas artes em que a Santíssima virgem triunfa sobre o orgulhoso Satã.

• De acordo com a apropriação da linguagem do velho testamento e no interesse de dar uma nova dimensão ao novo testamento, Maria passou a ser vista como a Divina resposta à questão do capítulo final do Livro dos Provérbios, “quem encontrará a mulher de valor? Ou em outras versões “mulher de coragem, quem encontrará?” — Isto é, como a mulher forte, engrandecimento expressão criada de Maria como a segunda Eva, que se alistara na batalha como a primeira, mas que, por ser forte, derrotar o demônio e conquistara o conquistador. Portanto, por extensão, ela merecia ser tornar a Padroeira da Vitória, suas bênçãos foram invocados pelos exércitos a caminho da Batalha, sobretudo na guerra contra os que eram considerados Inimigos da Fé, como os muçulmanos. Sua imagem foi impressa nas Bandeiras carregados pelos combatentes, tolstoi, em guerra e Paz, fez a princesa Maria Bolkonskaia (personagem inspirada na figura de sua mãe) escrever no final de uma carta que lamentava “esta infortunada guerra à qual somos induzidos, Deus sabe como e porquê”, e era endereçada a sua amiga Júlia: “Adeus, querida amiga. Poça nosso Divino Salvador e sua mais Sagrada mãe tomar lá em sua poderosa e Santa graça” (capítulo 22). Só para acrescentar uma informação de tempos recentes, na invasão alemã à Rússia, conhecida como operação Barbarrossa, os exércitos Russos foram ao campo de batalha com o Ícone da Virgem de Kazan, isto aconteceu sob as ordens de Stalin, depois da batalha o ícone desapareceu, e foi reencontrado em Portugal e devolvido aos russos por João Paulo II, nesses momentos vemos que até os ateus comunistas tem fé. E o nosso Divino Salvador e sua mais Sagrada A mãe também deveriam guardar os soldados em sua poderosa Santa Graças durante a batalha pois Cristo, como Christus Victor, é sua mãe, como mulier fortis, não poderiam ser apenas gentis e humildes, mas também deveriam se mostrar ferozes e vitoriosos. Mais uma vez, essa foi uma representação de Maria que, fundamentada nesse método de interpretação bíblica, embora mais Evidente no velho testamento, também podia ser encontrada no novo. Essa interpretação igualmente conseguia oferecer as mulheres da idade média certo vislumbre do que elas poderiam ser — e, por predestinação divina, no que poderiam ser transformar. A mais sensacional resposta medieval a questão sobre a mulher de coragem proposta em provérbios foi Joana D’Arc.

• REGENTE DO CORO CELESTIAL

• Além da utilização da figura de EVA e de outras personagens femininas nos escritos de Salomão, o mais Óbvio protótipo de Maria no velho testamento foi, sob muitos aspectos, Míriam, irmã de Moisés e Arão, em cuja homenagem, quase Com certeza, a Virgem recebeu o nome. Míriam, nome hebraico da irmã de Moisés, assumiu formas variadas e ligeiramente diferentes da língua grega: Maria, Mareia, Mariam, Mariame. As variantes Maria e Mariam aparecem no Novo Testamento, sendo que a primeira foi empregada inicialmente por Mateus, e a segunda foi usada por Lucas. Exceto pelo nome, seria vão examinar as páginas do novo testamento à procura de qualquer ligação entre a mãe de Jesus e a irmã de Moisés. Mas, quando se tornou legítimo e imperioso para os intérpretes cristãos empregar o que aqui tem sido denominado de metodologia de amplificação, Santo Agostinho intérprete criativo da Bíblia, foi atraído pelo texto histórico do livro do Êxodo que descreve a Vitória dos filhos de Israel sobre os exércitos do faraó no mar vermelho: “Maria, a profetisa, irmã de Aarão, tomou na mão um tamborim e todas as mulheres a seguiram com tamborins, formando coros de dança. E Maria leis entoava cantai a Iahweh, pois de Glória se vestiu; ele jogou ao mar cavalo e cavaleiro! (Êxodo 15,20-21).

• SEMPRE VIRGEM

• Os escritos do apóstolo Paulo e o mais antigo dos Evangelhos, o de Marcos, não fazem nenhuma alusão ao nascimento virginal de Jesus, porém o texto bíblico histórico das escrituras judaicas apresentam essa referência, Ou pelo menos o fazia na tradução grega dos judeus de Alexandria elaborada nos dois séculos anteriores à expansão do cristianismo, a septuaginta. Essa foi a fonte usada pelos Evangelistas Mateus e Lucas, sendo que Mateus até cita a transcrição grega da Profecia de Isaías:”Oi saber que o senhor mesmo lhe dará um sinal: Eis que a jovem está grávida e dará a luz um filho e da Arli o nome de Emanuel >[A Virgem = a jovem= parthenos na Septuaginta]. O grego parthenos ela tradução da palavra Hebraica que significava “jovem mulher”, e Não especificamente “virgem”, mas mas foi citada como tal no Novo Testamento grego. Maria perguntou ao anjo da Anunciação: “Maria, Porém, disse ao anjo: como é que vai ser isso, se eu não conheço homem algum?”. Diferentemente de Lucas, os Evangelhos de Mateus, Marcos e João mencionam os “irmãos” de Cristo (Mateus 12, 46, 13,55: João 2:12, 7: 3-5; Marcos 3,31), a exemplo do apóstolo Paulo( I Coríntios 9, 5; Gálatas 1,19). Aparentemente, a dedução óbvia desse fato é que Maria e José tiveram outros filhos depois da Concepção Milagrosa de Jesus Pelo poder do Espírito Santo.

• Mas essa não foi a conclusão da vasta maioria dos primeiros Mestres cristãos. Em vez disso, eles passaram a considerar Maria a Eterna Virgem, Aeiparthenos, Semper Virgo. Diante das referências da Bíblia aos “irmãos” de Jesus, eles foram obrigados a recorrer a alguns argumentos bíblicos bastante elaborados. No entanto, o suporte bíblico para denominar Maria a eterna virgem não foi encontrado no Novo Testamento, e sim no Cântico dos Cânticos:”és Jardim fechado, minha irmã, noiva minha, és Jardim fechado, uma fonte lacrada.” Depois de analisar uma série de textos do Cântico dos Cânticos, Jerônimo chegou a esse versículo que considerou uma referência a mãe do nosso Senhor, que era mãe e virgem. Por esta razão, ninguém antes ou após o nosso salvador foi sepultado em sua tumba, escavada em Rocha sólida” (Jerônimo contra Joviano). Esse foi um interessante e criativo processo de interpretação, pois, de acordo com os Evangelhos e no que concerne à história da vida terrena de Cristo, a tumba de Jesus era um sepulcro novo pertencente a José de Arimatéia, onde ninguém jamais fora sepultado(Mateus 27,60). Os Evangelhos nada contam sobre a história posterior do sepulcro depois da Ressurreição de Jesus, e igualmente não fazem menção ao túmulo de Maria. Mas pela força do “hortus conclusus” do Cântico dos Cânticos, Jerônimo, Talvez o maior estudioso bíblico da história da Igreja do ocidente, sentir-se à vontade para concluir que jamais outra pessoa seria sepultada na tumba de Cristo e que nunca outros filhos nasceriam da Virgem.

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